Já pensou em viajar para a Islândia? Esse destino não tão óbvio tem atraído muitas pessoas que adoram paisagens bonitas, natureza e claro, bons passeios outdoor. Esse país nórdico fica localizado no oceano Atlântico Norte, sendo a segunda maior ilha europeia. Apesar de ter uma população pequena, essa ilha vulcânica foi classificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o terceiro país mais desenvolvido do mundo.
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Se você é ligado ao audiovisual ou literatura, com certeza já deve ter visto – ou lido – algumas das paisagens super dramáticas e de tirar o fôlego. Game of Thrones, Interestelar, Batman Begins, Thor e Viagem ao Centro da Terra são apenas algumas referências.
A dica de hoje fica com a Maqui Nóbrega (@maqui.nobrega), que é criadora de conteúdo e visitou a Islândia em 2017. Sem deixar as referências da cultura pop de lado, ela contou que a vontade de visitar a Islândia surgiu após ver o clipe “I’ll Show You” do cantor Justin Bieber, que tem imagens lindas pela região.
Como se preparar para visitar a Islândia?
A ilha de fogo e gelo possui características geológicas bem diferentes do resto do continente, ela é conhecida por sua formação vulcânica, solo estéril e clima escandinavo. Isso acabou sendo um grande problema por muitos anos para o país, mas por outro lado, manteve a região super preservada.
Outra grande particularidade é que ela fica localizada entre a América e o Polo Norte, então para quem deseja desembarcar no país, o transporte deve ser feito por avião. O principal aeroporto islandês fica há 40 minutos de carro da capital Reyjavík, em Keflavík.
Precisa de visto para entrar na Islândia?
De acordo com a Maqui não é necessário ter visto para entrar no país, mas dependendo do local que você fizer escala, é necessário.
“Não é preciso ter visto para entrar no país, eles concedem na hora que você chega. Agora, se você for fazer escala é necessário. Eu fiz escala em Nova York, então precisei do visto americano”, contou ela.
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Mas para quem fará a rota partindo da Europa, a boa notícia é que, além de não precisar de visto, o tempo de voo é reduzido e evita que você precise fazer mais conexões. Para os ansiosos, a dica de rota mais rápida é por Londres, levando em torno de 17 a 19h de viagem. Mas para quem gosta de bater uma perninha, ir pelo Velho Continente te dá a oportunidade de fazer escala em Paris ou Amsterdã, e claro, conhecer por algumas horas os lugares.
Como montar o roteiro para a Islândia?
A montagem do roteiro pode variar muito do tipo de viagem que você deseja fazer. Há pessoas que preferem conhecer apenas a capital da ilha e há outras, como a Maqui, que optou por dar a volta no país de carro.
Então se o seu objetivo é fazer uma viagem completa, as dicas principais da Maqui são:
- Pesquisar todos os destinos de interesse;
- Jogar cada destino no Google Maps e traçar as rotas entre cada lugar.
“A gente sabia que queria dar a volta no país de carro, fazer essa viagem que é meio tradicional na Islândia”, contou. “Então, fomos colocando no mapa tudo que a gente queria conhecer, todas as cachoeiras, restaurantes, enfim. E aí fizemos um cálculo de quanto daria entre esses lugares pra fazer o roteiro da viagem, que durou 11 dias. Basicamente, a gente dirigia umas 2, 3 horas por dia, às vezes 4 horas e aí cada dia dormíamos em uma cidade diferente.”
Inclusive, alugar um carro para desbravar o país é uma ótima opção, já que há muitas estradas vazias e os lugares costumam ser um pouco distantes um do outro.
O que não pode faltar na bagagem?
Uma das partes mais importantes de qualquer viagem é fazer as malas, mas sobretudo, escolher os itens que realmente farão total diferença durante todo o seu roteiro e que também não te deixarão na mão.
Independente se você for no inverno ou no verão, estar com roupas próprias para o clima da ilha nórdica é fundamental para não passar nenhum perrengue! A Maqui destacou 3 itens indispensáveis para a viagem: roupa térmica, um bom casaco corta-vento e uma bota de hiking.
“Mesmo que não esteja muito frio, venta muito, porque é um grande ‘descampado'”, ressaltou.
Qual a melhor forma de fazer a viagem: solo ou em grupo?
Atualmente, viajar acabou tomando proporções para além das férias, conseguir fazer uma viagem de luxo ou enfim, ter um entretenimento longe de casa. Viajar virou também sinônimo de autoconhecimento e empoderamento.
Então independente do destino, é importante entender o que você pretende com a sua viagem, entender seus limites, o ritmo e o tipo de viagem que você deseja fazer.
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Para a criadora de conteúdo, a Islândia é um lugar que é possível viver o melhor dos dois mundos: uma viagem mais solo e também com os amigos. Mas apesar de ser uma viagem tranquila para fazer os dois, viajar com alguém é ótimo para compartilhar a sensação de estar maravilhada com cada paisagem.
“A aurora boreal acho que foi uma coisa que, se eu não tivesse com os meus dois amigos, ia parecer que tinha sido um grande sonho e que eu não tinha visto de verdade, sabe?”, relembra. “Dá pra ser uma viagem super introspectiva sozinha, mas compartilhar a sensação de estar maravilhada com outras pessoas é muito legal também.”
Os islandeses
Solo ou juntinho com a galera, independente de qual seja a sua escolha, não é tão difícil se virar na ilha de gelo, já que os islandeses estão super acostumados com os turistas e o país é um dos mais LGBTQ+ friendly do mundo.
“O que me surpreendeu dos islandeses é que em qualquer lugar do país, da capital até a microcidadezinha, todos falavam em inglês e todo mundo me tratou super bem. Não posso dizer que é um povo super caloroso, mas é um povo que te trata bem, que está acostumado com turistas.”
Passeios para incluir no roteiro!
Apesar da Islândia ter uma natureza única com sua areia preta, natureza vasta e muitas cachoeiras, e qualquer lugar servir como um passeio incrível para tirar fotos e contemplar a vista, a criadora de conteúdo indicou dois passeios indispensáveis para se fazer durante sua passagem pelo país.
O primeiro é comer um pão que é cozinhado durante 24 horas embaixo da terra, com a ajuda do calor vulcânico das águas termais, que ela considerou como o pão mais gostoso que ela já comeu em toda sua vida.
“É um lugar que chama Laugarvatn Fontana. Você paga o preço pelo mini tour e aí eles levam o grupo, desenterram o pão do dia anterior e enterram o pão do dia. Ele fica acho que 24 horas cozinhando embaixo da terra”.
O passeio pela padaria geotérmica custa 1.700 ISK, que é a coroa islandesa (R$ 72,17 na cotação atual), e você ainda tem direito a uma fatia de truta defumada.
“É um pão que parece australiano, preto, um pouco adocicado… parece até um bolo, mas é um pão mesmo. E aí eles tiram debaixo da terra, cortam na sua frente, passam uma manteiga e você come. É o pão mais gostoso que já comi na minha vida.”
Outro rolê indispensável para fazer é tomar banho nas águas termais do país. Ela conta que, comumente as pessoas costumam ir para a Blue Lagoon, que fica perto de Reykjavik e é um lugar mais turístico, mas ela e os amigos conseguiram ter uma experiência incrível em outra cidade da região.
“Eu tomei banho em um lugar que chama Myvatn, que é uma cidade onde tem muita incidência de aurora boreal, o céu é muito limpo. Então enquanto eu estava tomando o banho nessa água quentinha à noite, foi quando o céu começou a ‘abrir’ e começou a nascer a aurora boreal. Eu logo peguei o carro e corri para a estrada. É um lugar um pouco distante de Reykjavik, mas é bem legal de conhecer”, disse.
O que você vai comer por lá
A Islândia, assim como outros países nórdicos, é bem famosa pelos frutos do mar em abundância, já que o lugar é cercado pelo mar. Mas além dessa categoria de comida, há pratos bem peculiares no menu.
Além da carne de baleia e carne de tubarão, que já são bem diferentes, o que chama a atenção é o puffin (um pássaro da região) e a cabeça de ovelha. Apesar de serem bem tradicionais, não são pratos que fazem parte da refeição do dia a dia dos islandeses. Mas se você visitar algum restaurante por lá, com certeza os encontrará no cardápio!
Outra comida que é bem popular entre os islandeses é o cachorro-quente! Lá ele é preparado com salsicha de carne de cordeiro e é servido com alguns molhos. O lanche é considerado o melhor hot dog do mundo. Ele recebeu esse título depois que o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, provou o lanche e afirmou ser o melhor de todos.
Qual a melhor época para visitar a Islândia?
A época para visitar um lugar também dependente muito dos seus objetivos de viagem, da mesma forma para decidir ir solo ou com alguém. Mas se você não quer passar tanto frio e ainda ter grandes chances de ver a aurora boreal, a Maqui indica o finalzinho do outono.
“Acho que foi uma boa época porque ainda não estava nevando, então era tranquilo dirigir nas estradas, não estava um frio absurdo, apesar de estar frio, e você tem alguma chance de ver a aurora boreal”, indicou. “Não é tão comum você ver no outono, mas se você for no finalzinho do outono as chances são grandes.”
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Além da aurora boreal, outro fenômeno da natureza que chama bastante atenção é o chamado “sol da meia-noite”.
Durante o verão, próximo ao solstício, os países como a Islândia, Círculo Polar Ártico e Círculo Polar Antártico tem a presença do sol 24 horas por dia. Isso ocorre por conta da inclinação do eixo da Terra em relação ao plano da sua órbita que permite que a luz solar incida sobre os polos.
Esse fenômeno pode ser visto entre os meses de abril a agosto, mas somente em junho que a luz fica visível por 24h. Além disso, esse momento é tão importante para o país, que a população acaba promovendo o Festival do Sol da Meia-Noite.
“Eu quero muito ir no verão também, porque eu quero muito ver o sol da meia-noite e sentir o “calor” da Islândia. Apesar de ainda não ter ido no verão, acho que essas duas épocas são boas. Eu fui em setembro e foi uma época muito boa.”
Paisagens de destaque, na visão de Maqui Nóbrega
As paisagens dramáticas e marcantes da Islândia podem ficar gravadas na memória por muito tempo e, apesar de proporcionar experiências incríveis de forma completamente natural, Maqui afirma que suas paisagens favoritas são absolutamente qualquer lugar para o qual ela olhava.