Desde o mês de agosto, mulheres indígenas da etnia Xerente estão combatendo incêndios florestais no Tocantins.
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A iniciativa pioneira de criar uma brigada indígena feminina partiu dos moradores da aldeia de Cachoeirinha, no município de Tocantínia.
Um curso reuniu 29 mulheres indígenas e foi realizado pela Prefeitura de Tocantínia em parceria com o Serviço Florestal dos EUA e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
As voluntárias foram certificadas para atuar como brigadistas em ações de prevenção e combate a incêndios florestais na região.
As 29 mulheres também irão trabalhar na coleta de sementes para criar um viveiro de mudas e ajudar na recuperação de áreas prejudicadas, de acordo com matéria publicada pelo jornal Estado de S.Paulo.
Além das ações de combate, um trabalho de educação ambiental já é feito em 35 das 96 aldeias do povo Xerente por mulheres como Vanessa Xerente, de 33 anos, moradora da Aldeia Cachoeira Brejo de Ouro, da qual é vice-cacique.
“É um trabalho de que todas nós, brigadistas, estamos gostando. É um aprendizado, pelo contato direto com as pessoas de idade, com jovens e crianças. Nesse trabalho cara a cara, mostramos a realidade e o que acontece com a natureza quando há fogo.”
Outro resultado animador da participação das brigadistas indígenas aparece nas queimadas controladas. Tradicionalmente, o povo Xerente usa o fogo para queimar a vegetação seca após a roçagem para preparar as áreas de plantio. Neste ano, as queimas foram supervisionadas pelas mulheres e nenhuma virou incêndio.
Com a formação das mulheres Xerente, cerca de 4 mil indígenas serão beneficiados, pois o resultado dos trabalhos ambientais na Terra Indígena Xerente também pretende reforçar a proteção territorial das aldeias.