Dia do Cachorro-Quente: como surgiu, dicas e receita de salsicha vegana

dia do cachorro-quente
Foto: Reprodução / Rawpixel
Por Evelyn Rachid

Pão, salsicha e o que mais você quiser. O cachorro-quente é um dos lanches mais populares em barraquinhas em todo o Brasil, mas a verdade é que ele se popularizou longe da terra Tupiniquim.

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O que se sabe sobre sua história, é que o cachorro-quente foi desenvolvido por um imigrante alemão, chamado Charles Feltman, que levou as salsichas alemãs para as Américas por volta de 1880, e as vendia na praia de Coney Island, nos Estados Unidos.

onde surgiu o cachorro-quente
Barracas de cachorro-quente em Nova Iorque em 1906. Foto: Reprodução

Na busca por facilitar o consumo das salsichas na praia, que eram vendidas bem quentes, o alemão passou a servi-las entre pães sovados – o famoso “pão de cachorro-quente” -, que foi desenvolvido com ajuda do seu cunhado (que era padeiro), especialmente para comportar as salsichas.

O nome “cachorro-quente” só ficou conhecido anos depois, por conta de um cartunista que desenhou um cachorro da raça basset no meio de dois pães e acabou vendendo o desenho como “hot dog” (“cachorro quente” em inglês).

Cachorro-quente no Brasil

No Brasil, o primeiro a apresentar a comida foi Francisco Serrador (idealizador da Cinelândia) que os vendia como lanches para acompanhar os filmes, lá em 1926. Mas o sanduíche só conquistou os brasileiros oficialmente, após a segunda guerra mundial em 1945, por conta da influência americana.

A arte de montar um cachorro-quente

O brasileiro conseguiu aprimorar muito bem a arte de fazer cachorros-quentes, e bem diferente da versão americana, que leva apenas pão, salsicha e molho, os brasileiros foram além, e acrescentaram purê de batata, vinagrete, batata palha e em alguns lugares, é possível encontrá-lo até com chocolate.

Neste dia 9 de setembro é comemorado o Dia do Cachorro-Quente, que é suspostamente a data exata em que o lanche foi criado nos Estados Unidos, em 1884.

dia do cachorro-quente
Foto: Reprodução

Ele se tornou tão parte da vida das pessoas, que atualmente existe até uma discussão para mostrar qual é a forma “correta” de montar o lanche, se leva ou não alguns ingredientes, como o polêmico purê de batata, por exemplo.

Mas a relação com o hot dog vai muito além disso, como uma herança passada de geração para geração, o lanche é construído de formas diversificadas e com certeza cada família tem seu jeito único e favorito de prepará-lo. Até mesmo quem não é muito fã, já caiu nas graças do dogão.

barraca típica de hot dog da áustria
Barraca típica de cachorro-quente na Áustria. Foto: Reprodução

Em conversa com a Go Outside, o atleta Felipe Ho Foganholo, da Seleção Brasileira de Escalada Esportiva (SBEE), contou que não é uma “dog person”, mas que em um Mundial na Áustria ele comeu um cachorro-quente típico de Tirol, que considerou como “seu tipo de cachorro-quente”.

“A gente saiu do campeonato da classificatória e tinha sido um dia irado pra mim. A gente passou em frente a uma barraca de cachorro-quente típico de Tirol, e comeu um dogão com uma mostarda que era feita lá e caiu muito bem” relembrou ele, “esse era meu tipo de cachorro-quente, e a salsicha era meio branca, acho que era uma salsicha de frango”.

Já a campeã brasileira de Mountain Bike, Viviane Favery, se considerou uma super fã do lanche e tem até seu jeito favorito de montá-lo.

“Eu amo um bom dogão, mas não daqueles tipo “x-tudo”. Tem que ter seleção de ingredientes de boa qualidade, de preferência uma boa salsicha, um bom pão, mostarda, ketchup, uma batata palha para dar uma crocância… mas o que eu adoro é colocar queijo derretido em cima da salsicha”, contou.

Ela ainda disse que ama comer o dogão em momentos especiais, depois de fazer bons blocos de treino, quando sente que merece comer uma comida deliciosa meio ‘trash’: “uma refeição de luxo e sem pensar muito nos valores nutritivos. Acho que o dogão entra nesses dias.”

A dica especial do cachorro-quente da Favery é dar uma tostadinha na salsicha, na frigideira mesmo, e adicionar queijo em cima da salsicha, até que o ele derreta.

Hot dog simples com purê gratinado

Se assim como a Viviane você prefere um hot dog mais simples, sem muitos ingredientes, mas ainda assim super gostoso, confere essa receita que o Mohamad Hindi compartilhou no seu canal do Youtube.

Você vai precisar de:

  • Salsicha frankfurter;
  • Bacon em fatias;
  • Pão de hot dog;
  • Purê de batata;
  • Queijo mussarela.

É importante lembrar que tudo na receita é adaptável, então se você não tiver o bacon em fatias, por exemplo, da para usar presunto ou presunto parma. Do mesmo jeito que você pode retirar algum ingrediente.

Como fazer:

  • Envolva a salsicha frankfurter com o bacon (ou o que você tiver aí) e coloque numa frigideira para dar uma leve tostada. Assim que tostar todos os lados, reserve;
  • O pão, se preferir, você pode colocar alguns minutinhos no forno ou até em uma air fryer. Esse processo vai servir apenas para deixá-lo mais fresquinho e macio;
  • Com o purê na panela, você vai adicionar mussarela, até que o purê fique com uma consistência bem “grudenta”, esticando semelhante a um chiclete. Você pode preparar o purê da forma que mais gostar, não existe regra.

Com todas as partes prontas, é só montar o hot dot. Mas o pulo do gato será gratinar o seu purê.

Como gratinar o purê:

  • Assim que você colocar o purê cremoso por cima da salsicha, leve-o até uma frigideira antiaderente, e coloque a parte com purê virada para baixo, para poder gratinar;
  • É importante não mexer durante esse processo, para que a casquinha gratinada possa se formar no purê;
  • Depois é só virar o pão e comê-lo com os molhos que preferir.

Lanche prático para o trekking

A praticidade de um bom hot dog pode render noites divertidas com os amigos, seja em casa, na rua pós-balada, acampando com a família e, até na hora de fazer trekking.

Fazer trilha exige muita energia corporal, que durante todo o roteiro deve ser reposta com água, comida e momentos de descanso. Dependendo do seu roteiro, ela pode acabar exigindo bastante energia, trazendo a inapetência como consequência.

Então a dica é sempre levar o que você mais gosta de comer, para que, mesmo com a falta de apetite, você ainda consiga comer pelo prazer de consumir algo que adora, e o cachorro-quente pode ser uma ótima alternativa para esses momentos.

comida para levar no trekking
Foto: Reprodução / Rawpixel

A aventureira Bárbara Gonçalves conta que sempre que faz trilha com seus amigos, eles optam por levar lanches mais práticos e sem muitas burocracias na hora do preparo.

“As trilhas que costumo fazer são aquelas de um dia, no esquema bate e volta, então sempre é de boa. A última trilha que fizemos foi para a Pedra Grande. Fomos em um grupo maior, então investimos em mais comidas, além de sucos e bastante água. Como a trilha era bem tranquila, chegamos bem cedo e o clima estava gostoso e fresco, então nada estragou. Levamos salsichas já “preparadas”, alguns molhos, milho, ervilha e batata palha, para acrescentar no pão e deu super certo”, disse.

Como as salsichas são comumente embaladas a vácuo, elas podem ficar guardadas junto com a água congelada para manter a conservação, por exemplo. Além disso, ela resiste bem a pelo menos três dias fora da geladeira, se o clima estiver bem fresco.

“O cachorro-quente é basicão, mas é um lanche ótimo pra comer depois da trilha admirando alguma paisagem. E ele também não pesa muito na mochila, então é tranquilo de levar”, esclareceu Bárbara.

Para incrementar o hot dog na trilha, que tal levar aqueles sachês de fast food que ficam parados na sua geladeira? Além de economizar espaço na mochila, eles irão deixar o lanche igualmente gostoso.

Salsicha Wiener… vegana?

A Wiener, que também é conhecida como salsicha viena ou salsicha tipo vienense, é uma salsicha típica alemã, e foi criada pelo alemão Johann Georg em 1805. Desde então se tornou tradicional usar esse alimento em diversas refeições, principalmente no cachorro-quente.

salsicha wiener vegana
Foto: Reprodução

Mas se você é vegetariano ou vegano, a versão vegana das salsichas Wiener, pode ser uma ótima opção para o seu ‘not dog vegano’.

A receita foi compartilhada pela criadora de conteúdo Mi Alves, que possui o maior canal do YouTube sobre intercâmbio. Aqui você encontra a lista completa de tudo que será necessário para produzir as salsichas veganas, mas você também pode conferir o passo a passo assistindo ao vídeo no final!

Ingredientes da salsicha vienense vegana:

  • 1 cebola picada;
  • alho poró a gosto (picado);
  • 3 dentes de alho (picados);
  • 2 colheres de sopa de molho de soja (molho shoyo);
  • 300g de batata cozida sem sal nem tempero;
  • 1 xic. de grão de bico cozido;
  • Salsinha e cebolinha a gosto;
  • 1 cebola picada.

Modo de preparo:

Para iniciar o processo, em uma frigideira coloque um fio de azeite, para refolgar a cebola picada junto com o alho poró. Depois de refolgar ambos, adicione duas colheres de sopa de molho de soja e os três dentes de alho picados, e mexa mais um pouco, até que a cebola fique mais transparente.

Com ajuda de um mixer, processador ou liquidificador, adicione as batatas já amassadas (em ponto de purê), o grão de bico, o refolgado de cebola, alho poró e alho, salsinha a gosto e uma colher de azeite. O ideal é que tudo seja bem triturado, mas se ficar alguns pedacinhos de grão de bico, não tem problema.

Para deixar essa mistura mais “durinha”, você vai precisar acrescentar amido de milho. Mas aqui é importante ir adicionando aos poucos! Isso porque as batatas podem (ou não) soltar muita água durante o processo e o grão de bico, se não for muito bem escorrido, também pode soltar água. Então o ideal é que você vá adicionando aos poucos, até que tudo fique em ponto de massa.

Você pode temperar sua massa da forma que quiser e ir adicionando cada item a gosto. Mas se você não tem muita noção do que colocar, os temperos abaixo deixarão sua salsicha bem saborosa. A quantidade também é a gosto.

  • Páprica defumada;
  • Aroma de fumaça;
  • Cominho em pó;
  • Um fio de azeite
  • Sal.

Depois de temperar e deixar a massa no ponto apropriado, você deve untar uma assadeira com óleo de soja e untar as mãos com o mesmo óleo. Essa técnica pode te ajudar a modelar as salsichas de forma mais fácil, sem que fiquem grudando muito nas mãos.

Após modelar as salsichas, elas devem ficar no congelador por aproximadamente 4 horas. Passado o período do congelador, é só colocar as salsichas para assar em uma frigideira, até que elas fiquem tostadinhas de todos os lados.