Três das quatro medalhas de ouro do Brasil em Tóquio 2020 saíram do mar

Por Redação

Olimpíadas de Tóquio ficam marcadas como Jogos da Inclusão e da Diversidade, com destaque para aventura
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Na madrugada desta quarta-feira (4), a baiana Ana Marcela Cunha tornou-se a primeira atleta do Brasil a conquistar o ouro da maratona aquática em uma Olimpíada.

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A medalha foi a quarta dourada do País em Tóquio 2020, que já havia garantido o lugar mais alto do pódio em outras duas modalidades disputadas no oceano.

Italo Ferreira sagrou-se o primeiro campeão do surf em Olimpíadas, enquanto a dupla Martine Grael e Kahena Kunze fez bonito e conquistou o bicampeonato olímpico na classe 49er FX da vela.

Além disso, a ginasta Rebeca Andrade foi a responsável pela outra medalha de ouro para o Brasil até o momento nas Olimpíadas de Tóquio.

Do ponto de vista dos esportes aquáticos, o Brasil é um país privilegiado, com mais de 7 mil km de um extenso litoral.

A vela já nos trouxe muitas alegrias e é disparada o esporte mais vencedor do Brasil em Olimpíadas. O ouro de Martine foi o oitavo da história da modalidade pelo País nos Jogos. O atletismo, segundo esporte mais campeão do Brasil, possui cinco ouros.

Agora, com a entrada do surf na Olimpíada e o fim do tabu na maratona aquática, o país se consolida cada vez mais como uma grande potência nos esportes olímpicos disputados no oceano.

Ana Marcela Cunha durante a prova de maratona aquática no Odaiba Marine Park. Foto: Jonne Roriz/COB.

A última medalha dourada veio na madrugada desta quarta, com Ana Marcela Cunha nos 10 km da maratona aquática. Nascida em Salvador, Ana Marcela começou a nadar aos 2 anos e sempre teve uma relação muito próxima com o oceano.

Ela tinha apenas 16 anos quando participou da sua primeira Olimpíada, em Pequim 2008. Na ocasião, ficou em quinto lugar. Depois de decepções em Londres 2012, e Rio 2016, Ana Marcela conquistou o tão sonhado ouro de maneira soberana em Tóquio, com o tempo de 1:59:30.08.

Essa conquista inédita para o Brasil se junta, na carreira da atleta de 29 anos, a um ouro no Pan-Americano de 2019; a cinco medalhas de ouro em campeonatos mundiais (de um total de 11, incluindo também prata e bronze); e a 25 medalhas de ouro no campeonato da Federação Internacional de Natação (Fina) Marathon Swim World Series (no qual ela já acumulou um total de 51 medalhas).

Já o potiguar Italo Ferreira, 27 anos, tornou-se primeiro campeão olímpico de surf na história. Durante todo o torneio, o brasileiro – que também é o atual campeão mundial da modalidade – foi o principal nome da competição. Na final, ele não deu chances ao japonês Kanoa Igarashi para subir ao lugar mais alto do pódio.

“Eu vim para o Japão como uma frase: ‘diz amém que o ouro vem’. Eu treinei muito nos últimos meses e Deus realizou meu sonho, me deu a oportunidade de fazer o que eu amo, de ajudar minha família. Isso sou eu, fui para a água, sem pressão fazendo o que eu amo”, comemorou Italo, atleta local de Baía Formosa, no pódio em Shidashita.

Martine Grael e Kahena Kunze trouxeram ouro para o Brasil na vela
Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram mais um ouro para o Brasil na vela. Foto: COB.

Por fim, Martine Grael e Kahena Kunze foi a dupla responsável pelo histórico bicampeonato olímpico na classe 49er FX da vela.

Filhas de velejadores – Kahena é filha do campeão mundial juvenil Claudio Kunze, já Martine é filha de Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas, e sobrinha de Lars, dono de duas – as atletas estão juntas desde 2013.

Em oito anos de parceria, as brasileiras têm bons resultados também fora de Jogos Olímpicos: cinco medalhas em Campeonatos Mundiais (um ouro e quatro pratas) e uma prata e um ouro em Jogos Pan-Americanos.