Voluntários se isolam por 40 dias em caverna em experimento

Por Redação

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Imagem: Divulgação/ Deep Time

Você se isolaria em uma caverna por 40 dias com um grupo de desconhecidos? O grupo de 15 pessoas que participou do projeto Deep Time sim – e em nome da ciência. O experimento foi conduzido na caverna Lombrives, no sudoeste da França, e buscou testar os limites da adaptabilidade humana em condições de isolamento. E se você reclama das restrições da quarentena, os voluntários franceses abriram mão de telefones, relógios ou luz solar, como parte do experimento.

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Eles dormiam em barracas, geravam sua própria eletricidade e não tinham contato com o mundo exterior. A temperatura era de cerca de 10ºC, com umidade relativa do ar a 100%. As condições foram escolhidas para causar a sensação de perda do senso  tempo e espaço. A experiência Deep Time terminou no último sábado (24). Os oito homens e sete mulheres, com idades entre 27 e 50 anos que participaram do experimento deixou o isolamento sob uma chuva de aplausos.

Todos os voluntários concluíram a experiência em boas condições gerais. Ainda que felizes, alguns deles pareciam confusos depois de tanto tempo sem os estímulos do mundo exterior. Eles efetivamente perderam a noção do tempo: alguns acharam que estavam lá há 23 dias, outros há 30 dias – sempre com a sensação de que o tempo passava mais devagar. Adaptados a semi-escuridão permanente da caverna, eles tiveram que usar óculos escuros para se acostumarem gradualmente à luz do dia de novo.

O diretor do projeto, o explorador franco-suíço Christian Clot, relatou que o tempo parecia passar mais devagar dentro da caverna. Outra voluntária disse que a sensação foi como se um botão de pausa tivesse sido apertado.

Quem deu as cartas no período foi o “relógio interno” dos participantes, para definir a hora de acordar, de comer, de dormir, de cuidar das tarefas cotidianas, divididas entre a equipe. Para manter o grupo, havia alguns dispositivos disponíveis. Por exemplo, um pedal gerador ajudava a produzir um pouco de eletricidade e a tirar água de um poço de 45 metros de profundidade.

Os resultados da pesquisa querem trazer insights sobre como as pessoas podem se adaptar à vida em condições extremas. A função cerebral e cognitiva dos voluntários foi analisada e monitorada antes e depois do período na caverna e serão usadas em estudos comparativos posteriores. Eles tiveram padrões de sono, interações sociais e reações comportamentais monitorados o tempo todo, por sensores. Curiosamente, dois terços do grupo gostaria de permanecer mais tempo para terminar atividades começadas lá embaixo.

Em tempos de pandemia, as descobertas deste estudo podem ser particularmente úteis, já que milhões de pessoas tiveram que se submeter a diferences graus de isolamento e perda de referências temporais. Os cientistas irão buscar respostas sobre como o cérebro pode encontrar novas soluções em situações extremas, declarou Clot.







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