Um estudo recente envolvendo 4.000 atletas de elite destacou que lesões musculares e nos tendões ocorrem mais frequentemente durante o período de ovulação, sendo ainda mais comuns quando a mulher está com a menstruação atrasada.
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Publicado na revista científica Frontiers in Physiology e focado em jogadoras de futebol do Reino Unido, o trabalho acabou servindo como base importante para outros esportes, principalmente a corrida, já que durante uma única partida cada jogadora chega a correr cerca de 15 quilômetros – o equivalente a uma prova de longa distância.
Os dados são importantes para entender como a questão hormonal afeta diretamente a performance das mulheres no esporte, além de sugerir novas abordagens de treinamento que levem em conta fatores de planejamento, que vão além do preparo físico e podem prevenir o surgimento de novas condições de saúde.
Entendendo a menstruação em atletas
O ciclo menstrual típico, que começa a partir de 12 ou 13 anos de idade, pode variar de 21 a 34 dias, contados a partir do primeiro dia de menstruação até o primeiro dia do ciclo seguinte. Mas existe uma divisão entre eles, tipicamente 14 dias entre o início de um ciclo e outro. E foi exatamente durante esse intervalo que a maioria das atletas apresentou lesões musculares como ruptura, estiramentos, cãibras e problemas nos tendões, ou seja: na ovulação.
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi a maior propensão a lesões nas juntas e nos ligamentos em atletas mulheres com a menstruação atrasada – estando grávidas ou não. Esse quadro pode indicar uma condição específica, conhecida como Deficiência Relativa de Energia no Esporte, que ocorre quando a ingestão de calorias é insuficiente para suprir as demandas energéticas do organismo, levando a perda de densidade óssea ou outros problemas, como a anemia.
Finalmente, o estudo conclui que monitorar o ciclo menstrual das atletas profissionais e amadoras é importante para que seja feito um planejamento adequado, levando em conta todas as fases do treino, além de identificar mudanças de padrão que possam sugerir problemas de saúde. Dessa forma, seria possível tanto diminuir os riscos de lesão quanto alcançar melhores resultados na performance em médio e longo prazo.