Atire a primeira pedra quem nunca preparou a mochila para uma trilha incluindo um sanduíche de presunto e queijo ou salame. Ou ainda quem nunca escolheu peito de peru fatiado como opção mais leve para tentar melhorar cortar umas calorias da dieta. Se você é adepto dessas soluções super práticas, talvez fique com a pulga atrás da orelha: comer embutidos realmente faz mal?
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Infelizmente, de acordo com um novo estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, sim. Os pesquisadores analisaram dados compilados de mais de 134.000 pessoas em 21 países que analisaram o consumo de carne e doenças cardiovasculares dos participantes por mais de uma década. Eles descobriram que consumir 150 gramas ou mais de carne processada por semana estava associado a um risco 46% maior de doenças cardíacas e 51% maior de morte prematura do que aqueles que não comeram carne processada. Essa associação não estava presente com carnes vermelhas ou aves não processadas.
Uma limitação deste estudo é que os pesquisadores não observaram o que aqueles com baixo consumo de carne processada comiam. É possível que, em uma alimentação baseada no consumo de vegetais e grãos integrais, com consumo ocasional e em pequena quantidade de carne processada, o impacto na saúde do coração não seja significativo.
Se você ainda está em dúvida do que exatamente são as carnes processadas, vamos lá. Elas incluem os embutidos, como presunto, mortadela, salame e copa, mas também o peito de peru, que mesmo sendo feito a partir de uma carne mais magra, passa pelos mesmos processos industriais e recebe vários aditivos comuns na indústria alimentícia. Também entram na categoria das carnes processadas: nuggets, empanados, hambúrgueres prontos e salsicha, assim como outros campeões de sabor como bacon e linguiça.
Dito isso, não precisa correr para a geladeira e jogar fora o salaminho que está lá, esperando a trilha do fim de semana. Os nutricionistas recomendam moderação e adequação. É só não colocar as carnes processadas como prioridade, nem no dia a dia, nem nos treinos longões e viagens outdoor.
O que fazer então para manter um bom consumo de proteínas nessas situações, já que comer embutidos com muita frequência faz mal? Aposte em opções in natura ou minimamente processadas, e abuse das fontes de proteína vegetal. Ovos cozidos resistem bem por até uns 2 dias na mochila, por exemplo. Ou atum enlatado em água, que apesar do alto teor de sódio, é minimamente processado e tem poucos aditivos (consulte as informações nutricionais na embalagem para ter certeza). Feijões e grão-de-bico enlatados também são minimamente processados, carregados de proteína. Lentilhas cozinham rápido no fogareiro. Nozes e sementes são ricas em proteínas e gorduras saudáveis, e complementam bem lanchinhos e refeições.