Hoje em dia, monitores cardíacos e GPS estão integrados à rotina de muitos corredores, e há ainda aparelhos que analisam sua passada e cadência, calculam quanta energia você gasta e medem seus níveis de ácido lático – tudo em tempo real, durante a corrida. Mas como escolher o que é útil sem se afogar em um oceano de dados? Aqui vão algumas dicas para você ficar só com o lado bom da tecnologia.
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NÃO SE LIMITE
O técnico norte-americano Jerry Schumacher, treinador de atletas de elite como a maratonista Shalane Flanagan e Chris Derrick, campeão norte-americano de cross-country, sempre teve à sua disposição todos os recursos de seu patrocinador, a Nike. Mas em vez de apostar suas fichas em tecnologias de ponta, Jerry prefere que seus atletas confiem no instinto para decidir se estão correndo muito rápido ou muito devagar. “Ele não quer que a gente se limite aos dados, mas que sintamos a corrida”, destaca Chris. Isso significa treinar sem monitores cardíacos, por exemplo. Em uma prova ou treino mais intenso, só o seu corpo saberá se você está em um ótimo dia e pode ir mais rápido.
SEJA DESCRITIVO, NÃO RESTRITIVO
Para evitar que a tecnologia se torne seu “chefe” e te diga o que você deve fazer ou não, ao comprar um novo apetrecho, use-o durante dois meses apenas para monitorar seus treinos de rotina. Fique atento a padrões: quanto o seu ritmo diminui no dia após um treino puxado? Como sua passada muda no final do longão? Sabendo o que é normal para você, será mais fácil identificar desvios que podem indicar que algo está errado – ou, melhor ainda, sinais de que algo está dando certo. Esses números de base também podem ajudá-lo a identificar áreas em que você consegue melhorar e a chegar no mix ideal de corridas leves, moderadas e difíceis.
ESCOLHA SUAS BATALHAS
Em vez de monitorar cada corrida, foque naquelas em que os dados fazem mais diferença. Para muitos corredores, o mais difícil é acertar o ritmo de limiar de lactato, bem na transição entre corrida aeróbica leve e corrida intervalada pesada. Descubra a quanto correspondem seus batimentos (bpm) nesse estágio monitorando os treinos ritmados por alguns meses, para evitar acelerar demais. Se você tende a forçar muito nos dias de corridas leves, use a frequência cardíaca ou um GPS para evitar ir rápido demais. Nos treinos intervalados, esqueça a tecnologia e preste atenção à sua percepção de esforço.
OLHE PARA DENTRO
Vários estudos já mostraram que a autoavaliação é um dos métodos mais confiáveis para indicar se você está ou não se recuperando direito dos treinos – melhor até do que a medição da frequência cardíaca ou de exames de sangue, de acordo com uma revisão publicada no British Journal of Sports Medicine. Depois de cada treino, anote como você se sentiu. Pode parecer um tanto ultrapassado, mas acredite: o que importa não é o método, mas, sim, o quão úteis são os dados que você registra.