Conselho responsável por patrimônios culturais vai avaliar tombamento de geoglifo no Acre

Um geoglifo localizado no Acre, construído em um período de 1,5 mil a 2,5 mil anos atrás, pode ser reconhecido como Patrimônio Cultural Brasileiro.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural vai se reunir nos dias 8 e 9 em Belém, no Pará, para decidir sobre o tombamento da curiosa estrutura. Se for tombada, ela será inscrita como patrimônio brasileiro e, portanto, ficará protegida por lei.

As estruturas conhecidas como geoglifos são um tipo de sítio arqueológico, formado por estruturas escavadas no solo, valetas e muretas que representam figuras geométricas de diferentes formas e grandes dimensões.

O geoglifo no Acre possui valas de aproximadamente 11 metros de largura e 2,5 metros de profundidade. A estrutura fica no sítio arqueológico Jacó Sá, a cerca de 50 quilômetros da capital, Rio Branco.

O Sítio Arqueológico Jacó Sá poderá ser o primeiro geoglifo tombado pelo Iphan. A gigantesca figura do Acre também está entre os bens candidatos a integrar a lista de Patrimônio Mundial – para isso, precisa ser avalizada pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Geoglifos no Brasil

Segundo a BBC Brasil, calcula-se que haja mais de 500 geoglifos no Brasil – a maior parte no Acre. O estudo dessas estruturas pode ajudar a contar um pouco sobre a ocupação pré-colombiana no País.

Desde que os primeiros geoglifos foram identificados na região amazônica, debates na comunidade científica tentam compreender suas funcionalidades.

Especulou-se que essas estruturas teriam sido construídas com propósito cerimonial; como uma espécie de oferenda aos deuses; ou também como o uso defensivo ou o manejo de recursos hídricos.