Existem muitas razões pelas quais as pessoas consideram desistir do leite de vaca e produtos relacionados, mas a intolerância à lactose geralmente está no topo da lista.
Definida como uma incapacidade de digerir totalmente a lactose (o açúcar do leite), essa condição causa uma constelação de problemas gastrointestinais desagradáveis, incluindo inchaço, gases, cólicas e diarreia. E é surpreendentemente comum: Segundo alguns dados de pesquisas brasileiras, entre 35% e 75% da população do país possui algum nível de intolerância à lactose.
O diagnóstico parece ter um componente genético, então algumas populações têm um risco ainda maior: 60-80% dos afro-americanos, 50-80% dos hispânicos, 95% dos asiáticos e 80-100% dos nativos americanos provavelmente têm reações adversas ao leite e outras formas de laticínios.
Leia mais:
+ Leite vegetal: conheça os benefícios dos principais tipos e saiba qual escolher
+ Os benefícios de usar extrato de baunilha ao cortar o açúcar
+ Pasta proteica ao pesto de abacate
Deixando de lado a intolerância à lactose, existem outras razões convincentes para diminuir a ingestão de laticínios – ou evitá-los completamente. Alguns estudos sugerem que as pessoas que consomem grandes quantidades de laticínios têm maior risco de problemas de saúde em comparação com aquelas que consomem quantidades pequenas ou moderadas. Por exemplo, a produção excessiva de muco, a síndrome do intestino permeável e as condições inflamatórias da pele são consideradas por alguns como exacerbadas pelos laticínios.
Os pesquisadores suspeitam que uma variedade de fatores, incluindo lactose, hormônios e até cálcio, possam ser os responsáveis. Embora a ciência esteja longe de ser definitiva, algumas descobertas de pesquisas são motivo de preocupação.
Laticínios podem aumentar o risco de câncer
Embora os estudos sejam mistos, algumas pesquisas relacionam o alto consumo de laticínios com um risco aumentado de certos tipos de câncer. Em um estudo, as mulheres que consumiram ¼–¹⁄³ xícara de leite de vaca por dia tiveram um risco 30% maior de câncer de mama. Consumir 1 xícara por dia aumentou o risco em 50%, enquanto 2 a 3 xícaras por dia foram associados a um risco aumentado de 80%. Outras pesquisas associaram o consumo regular de produtos lácteos ao aumento do risco de câncer de próstata. Em um estudo, homens que bebiam dois ou mais copos de leite por dia eram quase duas vezes mais propensos a desenvolver câncer de próstata avançado do que aqueles que não bebiam leite.
Pode não ser uma fórmula mágica para ossos fortes
Embora a principal reivindicação da fama do leite seja seu alto teor de cálcio – e, portanto, sua capacidade teórica de proteger contra a osteoporose – algumas pesquisas sugerem que os produtos lácteos oferecem poucos benefícios para os ossos e não reduzem o risco de fraturas. Em um estudo com mais de 96.000 pessoas, os homens que consumiram mais leite na adolescência tiveram uma taxa maior de fraturas ósseas na idade adulta. Outros estudos não mostraram nenhuma ligação entre a ingestão de cálcio e o risco de fratura em mulheres ou homens. E em um estudo, as mulheres que bebiam dois copos e meio ou mais de leite por dia tinham um risco maior de fraturas do que aquelas que bebiam menos de um copo por dia.