Julia Albu percorreu mais de 12 mil quilômetros com um Toyota Corolla 97

O senso comum diria para a sul-africana e atriz Julia Albu, de 81 anos, ficar em casa, cuidar dos netos e da família. Mas Julia quis se desafiar – e a todos também. Foi em 7 de julho de 2017, quando ela embarcou em uma viagem de 12.000 quilômetros de sua casa na Cidade do Cabo, na África do Sul, para a casa de sua filha em Londres, Inglaterra.

Para fazer a viagem, Julia usou o seu fiel Toyota Corolla de 1997. O Corolla, carinhosamente chamado Tracy, passou por pequenas modificações para a grande jornada. Um rack de teto foi instalado, espaçadores de suspensão foram adicionados para dar mais espaço ao solo, e Tracy teve o interior re-estofado em um tecido mais confortável.

O que inspirou a vovó a fazer uma viagem tão longa? Julia disse à BBC que estava ouvindo um programa de entrevistas no rádio em casa e o apresentador estava comentando sobre o quanto uma figura pública bem conhecida gastava em carros para suas esposas. “Eu fiquei indignada com essa despesa e achei que era ridículo. Então, no calor do momento, liguei para a estação e disse-lhes que tinha 80 anos e que o meu Toyota tinha 20 anos. Temos uma idade combinada de 100 e nós são ambos 100% – tanto que vou levá-lo a Londres para ver minha filha.”

Além disso, a atriz estava viúva recentemente. A morte de seu parceiro a fez pensar no tempo que lhe resta de vida realmente. E o que em um primeiro instante parecia apenas brincadeira, foi virando realidade com o apoio dos filhos e também de patrocinadores. A jornada que durou quase um ano foi toda documentada em seu blog enquanto percorria a costa leste da África.

A atriz viajava durante o dia e na maior parte do tempo sozinha. Os moradores locais geralmente estavam dispostos a ajudá-la ao longo do caminho. A maior dificuldade que Julia enfrentou foi ter a documentação correta para cada fronteira de um país africano.

“Um funcionário da alfândega ugandense perguntou por que eu estava dirigindo para Londres. “Para tomar chá com a rainha”, respondeu. Julia também disse que assim, seu passaporte era estampado em um instante.

Naquelas primeiras semanas, Julia freqüentemente dormia em uma barraca ao lado da estrada. Mas seu corpo não estava aguentando dormir no chão ao longo da viagem. Sua família chegou a encontrá-la em vários momentos da viagem. Uma de suas filhas chegou a dirigir para ela no Zimbábue, enquanto seu filho a acompanhou através do Malaui.

Julia diz que se emocionou em vários momentos da viagem. Como quando foi aos majestoso Lago Malawi e nas Cataratas Vitória, no Zimbábue. Mas conhecer as pessoas e suas histórias foi o mais importante. Na Tanzânia, em um resort, ela tirou o vestido para nadar à meia-noite. Na Etiópia, ela acampou com jovens de 20 e poucos anos na Depressão Danakil, uma paisagem lunar de lava e planícies salinas que é frequentemente descrita como a “porta de entrada para o inferno”.

Quando chegou a Cairo, no Egito, Julia decidiu embarcar de voltar para a Cidade do Cabo para se recuperar da longa viagem. Depois de alguns meses em casa, a vovó voou a Europa e se reuniu com Tracy, que foi enviada a Grécia. De lá, Julia dirigiu pela Albânia, Montenegro, Croácia, Eslovênia, Áustria, Alemanha e Holanda, e chegou a Londres para a temporada de verão.

Julia, agora em Londres, diz que pretende voltar para a casa dirigindo de novo. Ela planeja escrever um livro relembrando suas aventuras quando chegar em casa. Depois que a publicação estiver pronta, a atriz quer divulgá-lo em mais uma viagem pela costa oeste da África.







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