O catálogo de primavera da marca Prana inclui uma foto de um famoso atleta escalando uma delicada caverna na Espanha
Por Ariella Gintzler*
O catálogo de primavera de Prana, marca de produtos de escalada, provocou revolta devido a uma imagem do escalador norte-americano Chris Sharma escalando as paredes de uma caverna subterrânea. Na foto, intitulado “no escuro da caverna de Mallorca”, Sharma usa um chinelo, e sobe em uma formação de aparência delicada.
“Claro, o embaixador do Prana, Chris Sharma poderia mapear novas rotas com os olhos fechados”, diz a legenda. “Mas ele pode fazer isso no escuro, em uma caverna, e com chinelos? Alerta de spoiler! Sim, ele consegue”. Mas para os membros da National Speleological Society, um grupo dedicado à exploração e proteção de cavernas, a foto fez mais do que mostrar as habilidades atléticas de um escalador profissional.
As cavernas são ambientes ecologicamente ricos, que abrigam uma série de formas de vida e processos biológicos que evoluem ao longo de milhares de anos e são objeto de constantes estudos científicos. Elas também são extremamente delicadas. Como o Serviço de Parques Nacionais dos EUA explica em seu site: “As descobertas, estudos científicos, valores recreativos, oportunidades educacionais e suprimentos de água potável não são baratos. As áreas de cavernas e carste são frágeis e fáceis de impactar e contaminar”. O site da National Speleological Society exibe uma longa lista de melhores práticas para exploração de cavernas, incluindo permanecer em trilhas estabelecidas quando possível e tomar cuidado para não danificar estruturas de cavernas ou perturbar formas de vida.
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A foto no catálogo de Prana mostra o oposto de todas essas coisas. Não é apenas o Sharma causando possíveis danos ao ambiente da caverna, argumentam os críticos, mas também a mensagem de que escalar e tocar em formações de cavernas é aceitável.
Na quarta-feira (6), um membro da National Speleological Society postou uma foto do catálogo no Facebook, junto com uma legenda expressando muita tristeza do fato de uma empresa a como Prana deixar a mensagem ambiental negativa da imagem passar por seu radar. Desde então, o post acumulou 67 comentários furiosos, muitos recomendando que outros entrem em contato com o atendimento ao cliente do Prana.
Em uma declaração preparada, Russ Hopcus, presidente do Prana, reconheceu que a empresa havia contratado o fotógrafo que tirou a foto, mas não detalhou o acordo. “Sabemos que a espeleologia é responsável e o cuidado com ambientes de cavernas frágeis é fundamental para a conservação delas”, escreveu Hopcus em um comunicado. “Foi um erro fazer esta foto e compartilhá-la em nosso catálogo, e nos arrependemos profundamente.” A declaração continua explicando que Prana está tratando o incidente como um alerta para prestar mais atenção nas opções de locação e processos para criar conteúdo de foto e vídeo.
*Texto publicado originalmente na Outside USA.