O último final de semana foi marcado pela realização da UTMB (Ultra-Trail du Mont-Blanc), a corrida de montanha mais esperada do ano, em Chamonix, França.
Na principal categoria em disputa, a de 171 km, o francês Vincent Bouillard e a norte-americana Katie Schide cruzaram a linha de chegada em primeiro com performances espetaculares.
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Sem patrocínio, Bouillard é engenheiro de produtos da marca de tênis Hoka, patrocinadora do evento, e não estava nem na lista de favoritos antes de a disputa começar.
Mas o atleta de 31 anos superou grandes estrelas do trail running para vencer a corrida de 171 quilômetros ao redor do maciço do Mont Blanc em 19 horas, 54 minutos e 23 segundos em um dia muito quente em Chamonix.
Antes da corrida, os grandes favoritos eram o norte-americano Jim Walmsley, o britânico Tom Evans, o alemão Hannes Namberger e os franceses Ludo Pommeret, Germain Grangier e Aurélien Dunand-Pallaz.
“Nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginaria que poderia vencer”, disse Bouillard, que levou o cheque de 20 mil euros (cerca de R$ 125 mil) pela vitória. “Isso nem seria o objetivo A+++ na classificação. Mas foi um dia incrível e tudo correu a meu favor”, comemorou o atleta francês.
Entre as mulheres, a norte-americana Katie Schide, campeã da Western States 100 em 2024 e que vive em Saint-Dalmas-le-Selvage, na França, venceu a corrida feminina com o tempo de 22 horas, 09 minutos e 31 segundos, quebrando o recorde do percurso estabelecido pela também norte-americana Courtney Dauwalter em 2021.
Com a vitória, Schide, de 32 anos, que venceu a UTMB pela primeira vez em 2022, se tornou a quinta mulher a vencer a corrida pelo menos duas vezes e a terceira mulher a conquistar a Western States e a UTMB no mesmo ano. Ela também ganhou um cheque de 20 mil euros pelo primeiro lugar.
“São poucos anos de treinamento,” disse Schide, de 32 anos, sobre sua ascensão meteórica no esporte e na UTMB, onde agora tem no currículo um sexto lugar (2019), oitavo (2021) e duas vitórias em quatro tentativas, além de ter ficado em segundo lugar no CCC 100K em 2018 e no OCC 50K em 2023.
Acho que nesta corrida eu entrei com mais confiança e não fiquei surpresa por estar tão rápida, enquanto em 2022 eu estava meio que surtando na liderança”, disse Schide sobre as primeiras horas da corrida.
“Desta vez, eu pretendia fazer isso e estava apenas focada em tentar não quebrar muito no final”, complementou a campeã.
O melhor brasileiro na disputa foi Diego Tales, que terminou a prova na 82ª posição geral e 71° masculino e quebrou o recorde brasileiro no evento, com o tempo de 26:48:42.
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