Após meses de treinamento, sessões em câmaras hipóxicas e tratamento com gás xenônio, quatro veteranos do exército britânico fizeram história ao completar com sucesso a ascensão mais rápida de todos os tempos no Everest saindo do nível do mar.
Lukas Furtenbach, proprietário da Furtenbach Adventures, confirmou que os quatro veteranos — Garth Miller, Alistair Scott Carns, Anthony James Stazicker e Kevin Francis Godlington — alcançaram o cume do Monte Everest por volta das 7h15 (horário local) desta quarta-feira, 21 de maio.
“Nossos alpinistas estão prestes a alcançar seu objetivo: a ascensão mais rápida da história de Londres ao topo do mundo e de volta”, escreveu Lukas.
Veja também
+ Revolução ou risco? A última polêmica no Everest envolve um gás ‘milagroso’;
+ A superlotação é inevitável no Everest. Como os montanhistas lidam com isso?
+ Sete anos, 52 países: a volta ao mundo de dois irmãos em um veleiro
A equipe partiu do Aeroporto de Heathrow, em Londres, na tarde de 16 de maio, chegando a Katmandu para dar início à expedição “Everest em apenas 7 dias”. Eles chegaram ao Acampamento Base do Everest ao meio-dia de 17 de maio e iniciaram o ataque ao cume às 22h30 do dia 20 de maio.
Acompanhando os quatro alpinistas estavam o fotógrafo Alexander Gromen Hayes e os guias sherpas Pasang Tendi Sherpa, Pemba Rinji Sherpa, Gelu Sherpa, Nima Nuru Sherpa e Phu Dorji Sherpa, que também chegaram ao topo do Everest na manhã desta quarta. As informações são do The Himalayan Times.
Garth Miller, experiente montanhista de alta altitude com um histórico extenso no Everest, K2 e outras montanhas de 8.000 metros, liderou a expedição. Miller já detinha anteriormente o recorde da subida mais rápida de Londres ao Everest, feito que realizou em apenas 21 dias.
Segundo Lukas, a equipe passou por um processo de pré-aclimatação em casa e fez o tratamento com gás xenônio em uma clínica na Alemanha semanas antes da expedição. Agora estão descendo para o Acampamento Base e, se o clima permitir, planejam retornar a Londres a partir de Katmandu no dia 22 de maio.
A expedição tem sido amplamente aclamada como uma das tentativas mais audaciosas ao Everest nos últimos anos. No entanto, a comunidade do montanhismo segue dividida quanto ao uso de gás xenônio e câmaras hipóxicas em escaladas acima dos 8.000 metros, como o Monte Everest.
Lukas rebateu as críticas, afirmando: “O tratamento com xenônio foi feito em uma clínica na Alemanha semanas antes da expedição — nenhum xenônio foi usado na montanha ou no Nepal. Eles também utilizaram tendas hipóxicas. O Xenônio melhora a aclimatação, protege contra o mal de altitude e mitiga os efeitos de ambientes hipóxicos. Isso torna a escalada mais segura e mais curta, garantindo que os alpinistas estejam devidamente aclimatados — ao contrário daqueles que dependem apenas de oxigênio a partir do Acampamento Base sem aclimatação prévia, o que é extremamente perigoso.”
Lukas acrescentou: “Uma expedição mais curta significa menos lixo, menos uso de recursos e menos dejetos humanos nesse ambiente sensível — tudo isso enquanto ainda garantimos salários justos e empregos para os trabalhadores locais.”
“Os críticos não sabem do que estão falando. Isso torna a escalada mais segura. Ponto final!”, disse Lukas ao The Himalayan Times após o cume. “Escalar sem oxigênio é muito mais perigoso, como vemos todas as temporadas no Everest — inclusive nesta.”
“Cada um deles traz uma história moldada por serviço, sacrifício e resiliência. Isso não é apenas sobre alcançar o cume — é sobre ultrapassar limites, inspirar outras pessoas e levantar consciência para causas que lhes são profundamente importantes. Eles não estão apenas escalando uma montanha; estão carregando uma mensagem de esperança”, compartilhou o organizador após a chegada ao cume.