Quando viajo, sempre preferi ir sozinha do que não ir de jeito nenhum. Ao longo dos anos, muitos amigos me chamaram de destemida. Você não fica com medo? me perguntam. Muito raramente. Solitária? Honestamente, nunca, nem mesmo antes das redes sociais. E não é mais caro viajar sozinho do que com outras pessoas? Tradicionalmente, sim.
Viajantes solo costumavam pagar taxas adicionais por hospedagens e passeios, mas desde a pandemia, muitas empresas começaram a buscar viajantes solo.
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De acordo com o site Travelocity, segurança, solidão e custo são os três principais motivos pelos quais as pessoas evitam viajar sozinhas. Mas depois de mais de duas décadas de aventuras solo, para mim é libertador. Posso viajar no meu ritmo e dentro do meu orçamento. É fácil conseguir uma mesa para uma pessoa — mesmo nos melhores restaurantes, que geralmente exigem reservas com semanas de antecedência. E consigo me conectar mais com os locais.
Mais pessoas estão percebendo os benefícios de viajar sozinhas, especialmente os membros da Geração Z e os Millennials. As buscas no Google por viagens solo aumentaram 223% na última década.
Enquanto as mulheres lideraram essa tendência nos últimos anos, os homens também estão aderindo. Um relatório do site de reservas Omio revelou que 30% dos homens, em comparação com 23% das mulheres, já têm viagens solo planejadas para 2025.
Se você tem receio de viajar sozinho, deixe-me tranquilizar suas preocupações e sugerir algumas dicas essenciais para uma incrível aventura solo.
Compartilhe seus planos
Eu sempre envio para minha mãe um itinerário básico por e-mail. Incluo as informações de contato dos hotéis que já reservei ou os nomes dos campings onde pretendo ficar. Também costumo entrar em contato com ela ou com um bom amigo pelo WhatsApp ou e-mail para avisar que cheguei ao destino em segurança e para informar quando vou partir para o próximo local.
Coma no balcão do restaurante
Eu adoro jantar sozinha no balcão. Geralmente é fácil conseguir um lugar, e logo estou conversando com algumas figuras locais fascinantes. Bartenders costumam ser ótimas fontes de informações e podem indicar bons restaurantes, trilhas para caminhadas e rotas de mountain bike. Além disso, os descontos do happy hour são uma ótima maneira de economizar.
Fique de olho nos murais de avisos e redes sociais
Se estiver com vontade de companhia, você pode fazer uma postagem em redes sociais como Facebook e Instagram — você nunca sabe quem dos seus amigos, ou amigos de amigos, está indo para o mesmo lugar. Muitos hotéis, hostels e até mercados locais ainda têm murais de avisos com informações sobre atividades locais, como sessões de ioga gratuitas ou trilhas em grupo.
Leve remédios
Estar sozinho não é nada bom quando você fica doente em um lugar remoto. Em muitos países, é simples: você entra em uma farmácia, explica seus sintomas e consegue o que precisa. Mas recentemente, sofri com uma infecção urinária debilitante no Marrocos, e agora nunca viajo sem o antibiótico de amplo espectro de que precisei. Convenci meu médico a me prescrever um para casos de emergência na estrada.
Não duvide de si mesmo
Confie no seu instinto. Se algo parecer perigoso, provavelmente é. Nas raras vezes em que tive intoxicação alimentar, foi porque agi contra meu pressentimento. Não tenha medo de ser indelicado. Uma vez, em Varanasi, na Índia, uma senhora idosa me ofereceu um lassi com uma aparência duvidosa. Me senti mal em recusar, e bastou um gole para eu acabar com uma diarreia terrível. Eu sabia que não devia ter aceitado. Também siga sua intuição para coisas boas. Quando conheço estranhos e sinto boas energias, aceito convites para dividir caronas ou compartilhar uma refeição na casa de alguém. Esses encontros inesperados me presentearam com amigos e experiências maravilhosas ao longo dos anos.
*Jen Murphy é colunista de viagem da Outside. Ela viveu algumas das suas aventuras mais memoráveis viajando sozinha, desde dançar com uma tribo local no Vale do Omo, na Etiópia, até se juntar a membros do exército indiano em uma corrida em Délhi.