Usada em alta montanha, dexametasona pode ser eficaz contra Covid-19

dexametasona
Reprodução/ Limite Vertical

A droga da vez nos testes para achar um tratamento eficaz para o Covid-19 soa familar para montanhistas: dexametasona. De acordo com pesquisadores britânicos, o corticoide reduziria a incidência de mortes pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

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Os cientistas da Universidade de Oxford apresentaram os resultados hoje. Houve redução de um terço das mortes em pacientes que precisavam de tratamento com oxigênio e receberam o corticoide dexametasona. A droga é de baixo custo, e o Ministério da Saúde do Reino Unido confirmou que vai inclui-lo no tratamento da covid-19 – a OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda não se pronunciou.

Um estudo que será publicado nos próximos dias mostra os resultados para 2.104 pacientes selecionados aleatoriamente e medicados com a dexametasona, por via oral ou intravenosa. Eles foram comparados a 4.321 pacientes tratados convencionalmente.

Dexametasona: droga de montanhistas

Com ação antiinflamatoria potente, a dexametasona é utilizada há décadas no tratamento de inflamações, artrite reumatoide, alergias e asma. É um dos medicamentos que costuma fazer parte da mala de primeiros-socorros em altitude, pela ação no mal da montanha.

A “dexa” atua contra inchamentos cerebrais e deve ser usada em casos de extrema urgência, pois os efeitos colaterais são muito perigosos. É aplicada no tratamento de pré-edemas cerebrais ou no tratamento de edemas cerebrais já existentes, sintomas que podem ocorrer a partir de determinadas altitudes. Seu uso deve ser restrito a casos de risco de vida – o tratamento ideal para mal de altitude é baixar o máximo possível para cotas inferiores e descansar em locais com maior teor de oxigênio.

Inclusive há montanhistas que usam a dexametasona em dosagens menores como uma ajuda para o corpo em altitude, mesmo sem estar com sintomas como edema cerebral – como uma espécie de doping para a altitude. Não há nenhum estudo que sugira a relação entre o uso de dexametasona e melhoras ou mais rapidez no processo de aclimatação. Por ser imunosupressora, ela acarreta ainda os riscos de pegar uma infecção inesperada em ambientes remotos.