Há um velho ditado que vale a pena lembrar se você tem medo de tubarões: é mais provável ser atingido por um raio do que ser mordido por um grande tubarão branco.
Mas os ataques acontecem, e o problema principal é que os tubarões brancos provavelmente confundem surfistas e suas pranchas com focas.
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Felizmente para os surfistas, a pesquisadora Laura Ryan, da Universidade Macquarie, em Sydney, Austrália, fez uma descoberta que pode ser revolucionária.
Ela e sua equipe passaram mais de 500 horas estudando o comportamento de caça dos grandes tubarões brancos usando focas como isca. Isso levou a um método simples e eficaz para impedir ataques acidentais de tubarões a surfistas.
Iscas iluminadas
O experimento foi relativamente simples. Os pesquisadores equiparam uma série de iscas em forma de foca com diferentes configurações de luz — luzes em faixas verticais e horizontais, além de luzes estroboscópicas de diferentes intensidades. Em seguida, eles rebocaram as iscas e observaram o que acontecia. Após cada reboque de uma isca iluminada, Ryan imediatamente rebocava uma isca sem iluminação (grupo de controle) e comparava os resultados.
“Adotamos a abordagem de entender o sistema sensorial desses animais e como eles enxergam o mundo, junto com seu comportamento”, disse Ryan em depoimento à revista New Scientist.
Os resultados, publicados esta semana na revista Current Biology, são intrigantes. Os grandes tubarões brancos seguiram ou atacaram mais frequentemente as iscas do grupo de controle, sem iluminação. Eles mostraram menos interesse nas iscas com luz estroboscópica e ainda menos nas iscas com luzes em faixas verticais.
No entanto, os tubarões ainda demonstraram algum interesse, provavelmente porque essas configurações ainda permitiam que os tubarões percebessem o contorno de uma possível presa.
Mais brilhante do que o fundo
Por outro lado, a iluminação horizontal no nível de brilho mais intenso foi a grande vencedora. Durante o estudo, os grandes tubarões brancos não demonstraram interesse nas iscas iluminadas dessa maneira. A iluminação horizontal aparentemente desfazia o contorno o suficiente para evitar uma resposta de predação.
“A coisa mais crítica foi que o brilho na isca tinha que ser igual ou superior ao da luz de fundo”, disse Ryan. “Enquanto a iluminação impedisse que o contorno ficasse preto, parecia funcionar.”
Esta é uma excelente notícia para surfistas e um bom exemplo de uma pesquisa que pode ter um benefício quase imediato. “Agora estamos avançando da pesquisa para oferecer proteção a nadadores e surfistas”, observou a cientista.
Ryan já havia se envolvido em pesquisas com dispositivos de dissuasão de tubarões à base de magnetismo e eletricidade. Mas parece provável que luzes LED cheguem às pranchas de surf bem antes de aparelhos magnéticos complexos.
Ela destacou que o estudo se concentrou apenas nos grandes tubarões brancos. O método ainda precisa ser testado em outros tubarões com histórico de ataques a humanos, como tubarões tigre e os cabeça-chata.