O esporte ganhou novos contornos em 2024, e o Strava, comunidade que reúne mais de 135 milhões de atletas em todo o mundo, divulgou seu Relatório Anual sobre Tendências do Esporte, trazendo um panorama detalhado das atividades físicas ao redor do mundo nesta temporada.
O Ano Esportivo do Strava analisou as atividades carregadas na plataforma entre 1º de setembro de 2023 e 30 de agosto de 2024, mas também incluiu dados de uma pesquisa com 5.068 participantes, provenientes tanto da comunidade global do Strava, quanto de uma amostra aleatória de pessoas ativas que não usam a plataforma.
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Os dados globais destacam mudanças de hábitos importantes, como treinos mais curtos e grupos de corrida substituindo as baladas como pontos de encontro. No Brasil, a corrida é o esporte mais praticado e o país seguiu uma tendência mundial: mais foco na qualidade e na recuperação do que na quantidade, ou seja, as pessoas estão cada vez mais priorizando o equilíbrio – ao invés do esgotamento – em suas rotinas de exercícios.
“O Year in Sport é um momento extremamente importante para a nossa comunidade, quando analisamos as tendências globais do esporte e comparamos com a do mercado brasileiro. É sempre um relatório muito aguardado e usado como base para entendermos também o que se espera para o novo ano que chega no que diz respeito aos hábitos da comunidade esportiva”, comenta Rosana Fortes, country leader do Strava no Brasil.
Corrida no topo
A corrida foi a atividade mais popular no Strava em 2024. O crescimento dos grupos de corrida foi um dos fatores que impulsionaram essa tendência. No Brasil, a adesão aos grupos aumentou impressionantes 109%, mais que o dobro da média global (59%).
Além disso, o número de corridas realizadas em grupos maiores de 10 pessoas cresceu 30% no país, frente a 18% no cenário mundial.
Ao todo, 58% dos entrevistados afirmaram ter feito novos amigos por meio de grupos de atividades físicas, enquanto quase um em cada cinco Geração Z saiu em um encontro com alguém que conheceu através do exercício – e essa geração foi quatro vezes mais propensa a preferir conhecer pessoas em treinos do que em bares.
Já a média de duração de atividades (corridas, pedaladas, trilhas) com grupos de mais de 10 pessoas foi 40% maior do que atividades realizadas sozinhas.
Menos é mais
O ano de 2024 trouxe outra mudança significativa na forma como os brasileiros encaram o esporte, revelou o relatório.
O tradicional foco no esforço extremo está sendo substituído por uma busca crescente por equilíbrio, saúde mental e recuperação entre os treinamentos.
As mudanças nos hábitos esportivos foram visíveis tanto globalmente quanto no Brasil, com a tendência de treinos mais curtos, dias de descanso e maior integração social durante as atividades.
Em 2024, muitos praticantes de atividades físicas priorizaram treinos mais curtos, com durações médias de 45 a 60 minutos, que são considerados ideais por 67% dos brasileiros.
Isso refletiu uma tendência global de otimização do tempo de exercício, sem sacrificar a recuperação.
No Brasil, a duração das atividades ficou em uma média de 56 minutos, levemente superior à global, que foi de 53 minutos.
O número de treinos curtos, chamados de “micro-movimentos” (com menos de 20 minutos), também cresceu expressivamente, ajudando a manter a consistência da prática sem sobrecarregar o corpo.
O descanso, por sua vez, se tornou uma prioridade: corredores que se prepararam para maratonas, por exemplo, dedicaram 43% dos seus dias de treino a períodos de descanso, com 60 dias sem nenhuma atividade.
Já as atividades em grupo cresceram 13% no geral e tiveram três vezes mais pausas do que atividades solo, refletindo o tempo dedicado ao “cafezinho” no meio do treino.
Mulheres protagonistas
As mulheres tiveram 20% mais chances de conquistar um título no Strava em 2024, consolidando seu protagonismo.
A adoção de novos esportes, como o treino com pesos, foi destaque global, com aumento de 25% nas atividades registradas entre elas. No Brasil, a participação feminina no ciclismo cresceu 12%, superando a média global de 11%.
Apesar do avanço, alguns desafios permanecem: uma em cada quatro mulheres globalmente apontou a falta de flexibilidade na agenda como barreira para se manter ativa, no Brasil, esse número sobe para 29%.
Ainda assim, a percepção de igualdade de gênero nos esportes está em alta, com 78% dos brasileiros otimistas quanto ao tema.
Por causa da insegurança, muitas mulheres continuam priorizando ambientes fechados para treinar: no Brasil, 69% das atividades femininas de corrida e ciclismo têm mais chances de ocorrer em ambientes indoor, frente a 40% globalmente.
Metas e performance
A busca por resultados também permaneceu forte de acordo com o relatório do Strava, mas de uma forma mais equilibrada. Mesmo com o foco no bem-estar e na recuperação, as metas de performance não foram comprometidas.
De acordo com o relatório, 72% das metas de corrida e 77% das metas de pedal foram alcançadas em 2024. Globalmente, 43% dos usuários do Strava têm como objetivo conquistar uma grande corrida ou evento esportivo em 2025, e no Brasil, esse número sobe para 51%.
O aumento no número de maratonas, ultramaratonas e provas de longa distância também refletiu uma busca por novos desafios, já que o Strava registrou um crescimento de 9% nesses eventos em 2024.
Foco na saúde
A preocupação com o impacto do consumo de álcool nos treinos também aumentou. Globalmente, 92% dos pesquisados e 96% da Geração Z reduziram o álcool para melhorar seu desempenho físico. No Brasil, 93% também fez o mesmo, refletindo a mudança de mentalidade em relação ao cuidado com o corpo e à performance esportiva.
Para 2025, as principais metas de saúde e fitness no Brasil são: alongamento e mobilidade: 11%; melhorar a alimentação: 15%; dormir mais ou melhor: 12%.
“Este ano mostrou que as pessoas estão assumindo o controle de suas vidas ativas e se movendo de uma forma que funciona para elas. O crescimento de uma rotina de exercícios mais relaxada, fundamentada em conexões sociais, prova que malhar não é mais sinônimo de esgotamento”, disse Zipporah Allen, Chief Business Officer do Strava.
“Adoramos também ver os dados que indicam como as mulheres estão prosperando, as gerações mais jovens estão buscando conexões e as mais velhas ainda estão quebrando recordes. Na Strava, cada esforço conta, e o relatório deste ano destaca a incrível diversidade e profundidade das conquistas da nossa comunidade global”, complementou a executiva.
Clique aqui para ler o relatório completo.