A temperatura anual do Planeta Terra pode ultrapassar um limiar fundamental pela primeira vez nos próximos cinco anos, informou a agência meteorológica da ONU.
A Organização Meteorológica Mundial disse nesta quinta-feira (09) que estudos sugerem que a média anual deve ficar em pelo menos 1° C acima dos níveis pré-industriais nos próximos cinco anos, de acordo com as novas previsões da OMM.
De acordo com os cientistas, as temperaturas médias em todo o mundo já estão pelo menos 1 °C mais altas agora do que entre 1850 e 1900 por causa das emissões causadas pelo efeito estufa.
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A marca de 1,5 °C é o nível que os países concordaram em limitar o aquecimento global no acordo de Paris de 2015. Nos termos do acordo global, os países se comprometeram a manter os aumentos de temperatura ‘bem abaixo’ de 2 °C para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
Embora uma nova alta anual possa ser seguida de vários anos com temperaturas médias mais baixas, quebrar esse limite seria visto como mais uma evidência de que os esforços internacionais para conter as mudanças climáticas não estão funcionando.
“Isso mostra o quão perto estamos do que o Acordo de Paris está tentando impedir”, disse Maxx Dilley, diretor de serviços climáticos da Organização Meteorológica Mundial.
Dilley disse que não é impossível que os países consigam atingir a meta estabelecida em Paris, de manter o aquecimento global bem abaixo de 2 graus Celsius (idealmente não mais que 1,5 C) até o final do século.
“Mas qualquer atraso apenas diminui a janela dentro da qual ainda haverá tempo para reverter essas tendências e reduzir a temperatura a esses limites”, disse ele à Associated Press.
Segundo as previsões, existe uma chance de 70% de que em cada um dos próximos cinco anos, um ou mais meses estejam pelo menos 1,5° C acima dos níveis pré-industriais. Por outro lado, é extremamente improvável que a temperatura média do planeta em todo esse período atinja 1.5°C acima do limite.
A previsão climática também prevê que haverá um aumento do aquecimento do Ártico, em comparação com outras regiões do mundo, e que haverá um risco aumentado de tempestades no Oceano Atlântico. Além disso, muitas partes da América do Sul, sul da África e Austrália provavelmente serão mais secas do que no passado recente.