Um novo estudo publicado na Social Indicators Research em abril descobriu que os países mais felizes do mundo também podem nos ensinar sobre sustentabilidade, já também são os mais próximos de cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), que mapeiam um mundo mais ecologicamente viável e igualitário para todos.
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Os alvos não são apenas sobre a conservação da terra e da água e energia limpa, mas também a segurança alimentar e o crescimento econômico inclusivo sustentado. Quando eles propuseram as metas em 2015, depois de quase duas décadas trabalhando-as, os estados membros da ONU deixaram claro que a sustentabilidade não é apenas um esforço singular em direção à redução de carbono ou redução do consumo. As questões ambientais não podem ser dissociadas dos problemas econômicos ou sociais, e a felicidade em todo o país é apenas uma das maneiras em que isso é mostrado. Para mim, essa parece uma maneira poderosa de olhar para o futuro.
“Queríamos ver como a felicidade, e mais especificamente o hedonismo e uma vida plena, não eram incompatíveis com a sustentabilidade”, diz a autora principal do estudo Yomna Sameer, professora de administração da Universidade de Abu Dhabi.
Para quantificar as conexões, Sameer e seus colegas analisaram dados de 152 países. Eles sobrepuseram o progresso de cada país no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU com suas pontuações no Relatório Mundial da Felicidade (também compilado pelas Nações Unidas) e no Banco de Dados Mundial da Felicidade (compilado por pesquisadores da Erasmus University Rotterdam na Holanda), que observa uma ampla gama de fatores de qualidade de vida.
Os pesquisadores encontraram uma conexão direta e significativa entre uma vida feliz e uma vida favorável ao clima. Os países mais felizes do mundo têm muito o que ensinar sobre sustentabilidade. “É realmente incrível como o gráfico era claro. Quanto mais feliz você é, mais sustentável pode ser”, diz Sameer.
Essas descobertas também contradizem a suposição psicológica e econômica frequentemente defendida – a mesma que estava me deixando para baixo – de que, para viver de maneira sustentável, você precisa economizar, desistir das coisas que ama ou se contentar com uma qualidade de vida pior. “Durante anos, toda a ideia de ser hedônico foi encarada de forma egoísta, mas você pode ter prazer, alegria e conforto sem ser egoísta ou arruinar o meio ambiente”, diz Sameer. “Não é mais um ou outro.”
Sameer e os outros coautores investigaram hábitos individuais como reciclagem e consumo, bem como métricas de sustentabilidade em todo o país, como uso de energia. Eles descobriram que lugares felizes geralmente eram países que consumiam significativamente, mas também eliminavam o desperdício, obtinham sua energia de fontes sustentáveis e minimizavam o deslocamento diário. Culturalmente, eles priorizaram folgas e acesso à natureza. Eles trabalharam pela equidade e igualdade para que esses valores de estilo de vida não estivessem disponíveis apenas para os residentes mais ricos ou mais privilegiados.
A Itália foi um exemplo: os residentes valorizam fatores de felicidade como comida e acesso ao mar, e o país está trabalhando para preservar essas coisas por meio da agricultura sustentável e da conservação marinha. A Islândia foi outra, com pontuações de felicidade extremamente altas e uma taxa igualmente alta de reciclagem – que a análise de Sameer descobriu que estava correlacionada com a felicidade em todos os países estudados.
Estou tentando levar isso a sério e me lembrar que qualquer coisa que eu puder fazer pela ação climática me deixará mais feliz. Posso gastar dinheiro em coisas em que acredito, como uma boa comida local, e fazer parte do sistema de tornar as coisas melhores, não apenas evitá-las passivamente. Posso trabalhar para tornar o meu ambiente local melhor para que possa apreciá-lo. Posso tentar relaxar e fazer menos – o que também significa consumir menos e gastar menos.