Boa parte da fronteira de 744 km entre a Suíça e a Itália sempre seguiu as linhas que a natureza traçou.
Agora, a mudança climática vem redesenhando esses limites, forçando ambos os governos a repensar as seções compartilhadas que dependem dos limites das geleiras.
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A área de fronteira entre os dois países é determinada por cristas de geleiras ou partes de neve. No entanto, o derretimento fez com que as divisas naturais mudassem, levando ambos os países a tentar retificar a limitação.
Áreas afetadas
Parte da área afetada fica abaixo do Matterhorn, perto de resorts populares de esqui. Lá, o redesenho da fronteira afetará a geleira Plateau Rosa, o Refúgio Carrel, Gobba di Rollin, Testa Grigia e o resort de esqui de Zermatt, onde milhares de montanhistas e esquiadores cruzam livremente entre os dois países todos os anos.
Segundo o site Euronews, ajustes na fronteira são frequentes e geralmente resolvidos comparando os dados de agrimensores de ambos os países, sem a necessidade de envolvimento de políticos.
Não é segredo para ninguém que os verões estão ficando mais quentes e há menos neve. As geleiras suíças estão encolhendo tão rápido que é improvável que possam ser salvas. Entre 2021 e 2023, o leste e o sul da Suíça perderam 10% de suas geleiras, perdendo tanto gelo quanto entre 1960 e 1990.
As geleiras da Itália estão igualmente afetadas. A geleira Dosdè, nos Alpes italianos, recuou sete metros desde o ano passado.
Descobertas sombrias
O desaparecimento das geleiras também fez com que os corpos de vários montanhistas, mortos há muito tempo, surgissem. Até mesmo um avião que caiu em 1968 e ficou enterrado emergiu agora da Geleira Aletsch, segundo a BBC.
Alguns montanhistas veteranos, incluindo Duncan Porter, compartilharam fotos nas redes sociais mostrando o antes e o agora das geleiras.
Além do derretimento das geleiras, várias rotas de escalada sofreram desmoronamentos massivos de rochas. Algumas rotas desapareceram completamente.