Dando o pontapé no projeto The Extra Mile: Every action counts (Um Passo a Mais: Cada ação conta), o brasileiro Bernardo Fonseca chegou no Nepal rumo ao topo do Everest (8.848 metros). Além da maior montanha do mundo, o esportista e empreendedor de 45 anos também pretende subir o Lhotse (8.516 metros), no mesmo país, em um intervalo de 24 horas para chamar a atenção sobre o lixo deixado nas montanhas. O feito, conhecido como “double-head”, seria uma conquista inédita para alpinistas brasileiros.
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Apesar de existir a possibilidade do recorde, o intuito principal da missão é falar sobre sustentabilidade nas montanhas.
Bernando deixou o Brasil na madrugada do dia 8 de abril rumo a Kathmandu. Na capital nepalesa, o esportista encontrou seus dois parceiros de expedição: o filmmaker e montanhista Gabriel Tarso, que gravará um documentário sobre o projeto, e o experiente guia de montanha Arnold Coster, da Arnold Coster Expeditions.
Em dois dias, eles organizaram os detalhes finais da viagem e seguiram para Lukla, onde o trekking rumo ao Everest Base Camp, de fato, começa. Na cidade, a equipe teve contato com algumas iniciativas ambientais do Nepal.
Confira o relato de Bernardo sobre a primeira semana do projeto The Extra Mile no Nepal, rumo ao Everest:
“Essa é a terceira vez que venho ao Nepal e cada estadia é única. Mas essa tem sido muito especial porque estou tendo a oportunidade de conhecer iniciativas incríveis, criadas e difundidas por pessoas que prezam por esse lugar fantástico. Uma delas é o Sagarmatha Pollution Control Committee (SPCC), organização ambiental, sem fins lucrativos, criada pelos sherpas em 1991. Os gestores explicaram que a entidade nasceu justamente por conta da crescente preocupação com o gerenciamento do lixo gerado pelos turistas que vêm tentar a ascensão ao Everest, há décadas. Hoje, os desafios enfrentados pela SPCC são imensos e vão desde a falta de recursos financeiros a uma barreira cultural em relação ao tema.
Em seguida, conversamos com Tommy Gustafsson, um dos fundadores do Sagarmatha Next, entidade que promove o turismo sustentável na região do Khumbu e tem várias iniciativas interessantes, como o projeto Carry me Back. A proposta é muito simples, mas com um impacto imenso: na saída do vilarejo de Namche Bazaar, ecobags são oferecidas aos alpinistas que estão descendo para Lukla para que eles possam descartar adequadamente o próprio lixo e o que encontrarem pelo caminho.
Nesse dia, eu e Tarso passamos um bom tempo conversando com pessoas de todo o mundo sobre a importância de ações como essa e ficamos ainda mais motivados a continuar a jornada. Por incrível que pareça, muita gente não sabia que a iniciativa existia e vimos que esse tipo de informação deve partir, principalmente, dos guias dos grupos de cada expedição para gerar o eco necessário. Ao longo desse percurso que vai nos levar ao Base Camp, também há postos de coleta que vêm realizando um trabalho muito bacana. Vamos mostrar tudo isso no documentário.
Agora, estamos na trilha e a previsão é de chegarmos ao EBC nessa terça-feira (18.04). Sabemos que, desse ponto em diante, assim como o desafio técnico, o ambiental também se torna muito maior por ser um lugar cada vez mais inóspito, por conta da altitude. Mas, até aqui, estamos muito bem aclimatados, com uma equipe forte e super animada. Posso dizer que a primeira semana aqui foi muito proveitosa e encerramos essa etapa da expedição com sensação de vitória. Primeiro por estamos todos bem e, segundo, por estarmos conhecendo tantas iniciativas inspiradoras. Estar aqui por um propósito maior está sendo melhor do que eu poderia imaginar. É só o começo!”
A expedição ao Everest e o dia a dia no Nepal podem ser acompanhados diariamente no Instagram do esportisa e empresário.
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