Um resort flutuante feito com o lixo encontrado no Oceano Índico será inaugurado na costa do território australiano das Ilhas Cocos (ou Keeling) e poderá receber visitantes a partir de 2025.
O novo empreendimento será uma ilha artificial chamada Recycled Ocean Plastic Resort, ou Resort Plástico Reciclado do Oceano, em tradução livre, segundo o DailyMail.
A arquiteta por trás do conceito inovador, Margot Krasojevic, explicou ao veículo que o primeiro passo na criação da ilha será a fixação de três passarelas, com dispositivos de flutuação acoplados, ao fundo do oceano usando ‘estruturas de pernas atirantadas’, semelhantes às usadas em plataformas de petróleo.
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O lixo será coletado por braços dessas três passarelas, conforme ele passa flutuando e se afunila em feixes de redes “que ficam ao redor das passarelas, gradualmente enchendo e expandindo com resíduos”, com “trabalho manual distribuindo a quantidade dentro da rede”.
Esses sacos de lixo serão então cobertos com redes de fibra de concreto biodegradável. O material também será bombeado com areia e lodo do fundo do oceano e entrelaçado para formar as passarelas e plataformas extras, como um ‘aterro flutuante’.
Um campo plantado com manguezais será como uma espécie de andaime para toda a ilha, com ‘tentáculos’ absorventes de água feitos de borracha sintética ajudando a evitar que o resort flutuante vire e redirecione as ondas.
“Os manguezais têm sido usados como um método de defesa contra enchentes, capturando ou prendendo sedimentos para autoconstruir um tipo de parede de defesa, além de agir como prevenção de enchentes devido às suas raízes que incham e absorver a água, evitando que a ilha vire ou afunde”, explicou Margot.
A ilha artificial vai crescer à medida que mais e mais resíduos ficarem presos nas plataformas, mas a arquiteta diz que a escala de crescimento será “ditada pela capacidade da ilha de evoluir e pela eficácia da construção”.
“O hotel será uma estrutura leve de tração, como uma série de velas que podem ser esticadas sobre uma estrutura flexível de fibra de carbono”, completou.
Uma vez que o resort flutuante feito de lixo tenha sido desenvolvido, ele seria inaugurado como um local de camping antes da estrutura do hotel ser construída.
“Os chuveiros do hotel usariam água do mar filtrada e destilada, bombeada para a instalação usando energia solar”, contou também Margot.
A empresa da arquiteta que idealizou o novo empreendimento, Margot Krasojevic Architecture, recebeu a verba para o conceito do resort de uma empresa de mineração sul-africana, de acordo com o DailyMail. A companhia está financiando o projeto para “contribuir para a construção de ecossistemas”, além de ajudar “no gerenciamento da poluição devido à vasta quantidade de poluentes tóxicos e resíduos gerados pela mineração”.