O empresário Rodrigo Xavier tinha o plano de escalar o Everest em 30 dias, metade do tempo usual, pulando etapas de aclimatação no Nepal após realizar treinamento com câmara hipóxica no Brasil. Mas após sintomas de edema pulmonar, ele precisou ser resgatado no Campo 1
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Durante meses, o empresário brasileiro Rodrigo Xavier dormiu em uma câmara hipóxica que simulava uma altitude de mais de 6.000 metros em seu quarto, no Brasil. O treinamento fazia parte de um plano ousado: escalar o Monte Everest em menos de 30 dias. A maior parte dos montanhistas leva o dobro do tempo devido, principalmente, ao período de aclimatação feito entre os acampamentos da montanha mais alta do mundo.
“Escalar o Everest é um grande sonho. Fazer isto em menos de 30 dias é um sonho muito grande e ambicioso, mas também uma demonstração de que com foco, planejamento e resiliência podemos conquistar o que parece impossível”, escreveu o brasileiro durante a preparação para o feito.
Com a Grade6 Expedições, o CEO de uma empresa de tecnologia já havia chegado ao cume do Aconcágua (6.961m), a montanha mais alta das Américas, em apenas oito dias, tempo também reduzido devido ao uso de máscara hipóxica durante o treinamento.
Para 2025, seu objetivo era ser o primeiro brasileiro a completar uma escalada “express” ao Everest, utilizando a tecnologia para um protocolo radical de aclimatação.
“Durante meses, dormiu em altitudes simuladas dentro de uma câmara hipóxica”, escreveu a esposa de Rodrigo em um relato no Instragram. “Treinou o corpo e a mente, desafiando os próprios limites enquanto o mundo dormia.
A “escalada express” ao Everest
O plano era chegar a Lukla no dia 27 de abril, seguir direto para Dingboche e pular o primeiro ciclo de aclimatação. Junto com o grupo da Grade6, o brasileiro pretendia ir do Campo Base direto ao Campo 3, cortando semanas de exposição gradual à altitude.
Mas no dia 3 de maio, véspera de seu aniversário, enquanto cruzava a temida Cascata de Gelo do Khumbu, Rodrigo não se sentiu bem. “Durante a escalada do Campo Base ao Campo 1, meu corpo deu sinais claros de que algo não estava bem. A exaustão era profunda e a falta de ar me fazia lutar por cada passo”, escreveu em publicação no Instagram.
Foram quase 11 horas até alcançar o Campo 1, a 6.100 metros de altitude. Já com sintomas iniciais de edema pulmonar, foi resgatado de helicóptero e levado a Lukla, interrompendo temporariamente a expedição.
“O maior cume que a gente pode conquistar… é o da humildade. Parar e descer não é fracasso. É sabedoria. É respeitar o corpo, ouvir a montanha e ter a coragem de voltar antes que seja tarde”, escreveu o empresário.
O plano ainda não foi oficialmente encerrado. De volta ao Campo Base, Rodrigo afirmou que avaliará nos próximos dias, junto à sua equipe, se continuará a expedição.