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Pausa para recomeçar

Ah, os recomeços, o que seria de nós sem eles? Independentemente de qual sejam, eles são parte importante da nossa evolução, e nesta semana eu tenho o meu recomeço com a corrida. Há umas três semanas eu vinha alimentando um looping infinito de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, sem que sobrasse espaço para o descanso merecido do meu corpo e da mente — até mesmo quando eu deitava na cama para dormir, o sono demorava a chegar. No final da terceira semana (a.k.a quarta-feira (20) à noite) meu corpo começou a mandar sinais de exaustão. Se antes só a minha cabeça andava cansada (e doía praticamente todos os dias), agora eu sentia tudo dolorido, um cansaço extremo, que acabou reduzindo minha produtividade a quase zero.

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Na quinta-feira veio o nocaute, que me obrigou a ficar de cama, como se uma gripe muito forte estivesse a caminho. A dor no corpo estava tão intensa que eu mal conseguia me sentar. Eu já havia notado meu maxilar sempre tenso, o que também provocou uma dor na ATM (disfunção temporomandibular). Fui ao pronto socorro, fiz alguns exames, incluindo um teste pra Covid-19 (que deu negativo), mas o veredito final foi o que eu já sabia e não queria acreditar: cansaço e ansiedade. É loucura pensar que fiquei tão debilitada por cansaço, e é bizarro que algo aparentemente fácil de resolver, tenha me derrubado mais do que uma gripe.

Pode ser uma tarefa difícil, principalmente com a vida corrida e as obrigações da rotina, e depois desses dois anos de pandemia e confinamento, o FOMO (sigla que vem da expressão em inglês “fear of missing out”, ou “medo de ficar de fora”) pode falar mais alto, mas o descanso é fundamental para estarmos saudáveis. E não adianta fazer exercícios para aliviar o estresse e a tensão, quando tudo o que precisamos é ficar de bobeira em casa, sem fazer nada. E vai por mim, precisamos muito disso.

Assim foi que nos últimos três dias eu tive que colocar o pé no freio para conseguir resgatar minha energia. E deu muito certo. No domingo as dores no corpo, na cabeça e aquela sensação de febre e moleza já tinham sido superadas e acordei muito mais disposta do que me senti desde o início do ano. Aproveitei para retomar as atividades: dediquei uns vinte minutinhos para pular corda em casa mesmo, só para reativar o sistema, e isso já fez uma diferença incrível no meu humor.

O alerta que eu deixo aqui é que você preste atenção aos sinais que o seu corpo emite, porque ele vai fazer exatamente isso. Nenhuma dor, alteração de humor e perda de energia é normal. Procure profissionais que possam te ajudar, se cuide e tire um tempo para descansar para valer. Isso pode ser mais poderoso que os shots matinais de imunidade que você anda tomando.

Com tudo isso rolando, acabei não contando aqui como foi participar da minha primeira prova no Circuito Eco Run 2022, onde eu corri 5km. Mas antes tarde do que nunca, né?

O evento aconteceu no dia 10 de julho, no Parque do Povo, Zona Sul de São Paulo. Tinha mais gente do que eu imaginava e, apesar de ter ido sozinha, me senti super segura durante toda a prova e no evento.

Na noite anterior eu já havia deixado tudo organizado: tinha escolhido o que comeria no café da manhã e programei os alarmes. Estava bem animada, tipo criança quando mal consegue dormir por causa do passeio da escola, sabe? Essa era a energia. E pra deixar tudo mais emocionante, o carro do Uber acabou demorando mais do que o esperado para chegar, o que já deu aquele frio na barriga porque eu achei que ia chegar atrasada e não ia conseguir correr.

No fim das contas deu tudo certo. Coloquei meu fone, fui intercalando a corrida com caminhada e me diverti bastante. Quando fui me aproximando dos 4km senti o coração quentinho, porque eu estava muito perto de conseguir concluir aquela meta que eu tinha traçado: percebi que conseguiria ter corrido 10km fácil. Mas tudo bem, um passinho de cada vez.

É engraçado relatar esse tipo de coisa porque, apesar de toda a dedicação, se alguém tivesse me falado que eu me tornaria essa pessoa que acorda cedo pra correr, eu com certeza teria dado boas risadas. Mas aqui estou eu e tem sido uma jornada muito boa de realizações e autoconhecimento.

E como essa jornada caminha rumo a uma meia maratona, os treinos precisam continuar.

Depois de três semanas parada, o retorno para a corrida vai ser gradual, porque não quero forçar a barra, principalmente dos meus joelhos que são meio ruinzinhos. Costumo correr três vezes na semana (um dia sim e um dia não), fazer musculação três vezes na semana (pegando um sábado ou domingo) e claro, não pode faltar um off para o descanso. Nos dias reservados à musculação, quero incluir também alguns exercícios de yoga, que acho que vão ajudar na flexibilidade e no desempenho da própria musculação e da corrida.

Depois deste episódio caótico, eu senti a necessidade de fazer algumas mudanças na minha alimentação também. Mas isso é papo para outro dia.







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Meio Maratonista é a nova coluna da Go Outside, sobre as vivências da repórter Evelyn Rachid, uma corredora amadora rumo à sua primeira meia maratona da vida. Textos novos toda semana.