Aos 25 anos, no ano passado, a argentina Julieta Santamaria embarcou em uma jornada épica: percorrer os mais de 4.000 km do Caminho da Mata Atlântica (CMA), tornando-se a primeira pessoa a tentar completar essa megatrilha que se estende do Parque Estadual do Desengano, no Rio de Janeiro, até o Parque Nacional de Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul. Agora, a aventureira está preste a concluir o grande desafio após quase 200 dias de caminhada.
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Julieta descobriu o CMA em novembro de 2023 e sentiu-se imediatamente atraída. “Alguma vez me disseram que não é você quem chama a trilha, é a trilha quem chama você”, disse.
Antes de iniciar a jornada, Julieta passou meses se preparando fisicamente e mentalmente. Realizou trilhas extenuantes de 30 km, corridas matinais e caminhadas com mochila pesada. Enfrentou chuva, vento e calor, adotou uma alimentação mais saudável e trabalhou para manter a mente tranquila diante das dificuldades.
Conexões e aprendizados
Ao longo do caminho, Julieta percorreu diversos municípios, incluindo Madalena, Trajano de Moraes, Maria Mendonça, Sana, Lumiar, Salinas (Três Picos), Canoas, Teresópolis e Petrópolis. Ela destaca a travessia entre Teresópolis e Petrópolis como uma das mais encantadoras, onde ficou “três dias ‘perdida na montanha'” e compreendeu por que é considerada a trilha mais bonita do Brasil.
Julieta enfatiza a importância das conexões humanas durante sua jornada. Embora viaje sozinha, raramente se sente solitária, graças ao apoio das pessoas envolvidas no CMA, que oferecem contatos, locais para pernoitar e palavras de incentivo.
Em seu último relato, na Fazenda dos Papagaios, feito próximo a cidade de Bom Jardim da Serra (SC) nesta sexta-feira (6), a argentina compartilhou: “Chegamos na Fazenda dos Papagaios pela estrada por causa da viração, é o bom do planejamento e saber as possíveis vias de fuga quando as coisas “não dão certo”. Na fazenda, o Beto recebeu a gente com almoço quentinho e ainda nos convidaram a jantar e conversar do lado da lareira”.
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O Caminho da Mata Atlântica
O Caminho da Mata Atlântica visa não apenas proporcionar uma experiência de trilha, mas também promover a conservação da Mata Atlântica, conectar fragmentos florestais e incentivar práticas sustentáveis nas comunidades locais. Julieta observa as diferenças entre trechos de mata preservada e áreas degradadas, ressaltando a importância da conservação das florestas.
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A aventureira compartilha sua experiência no Instagram (@julisantta), onde publica fotos e relatos de sua jornada. Em uma de suas postagens, ela reflete: “Ainda não venci o Caminho da Mata Atlântica, mas venci aquela Julieta de 2023”.