O governo do Nepal pretende aumentar as licenças de permissão para escalar o Everest em 36%.
O Departamento de Turismo local propôs um aumento na taxa atual de US$ 11 mil (cerca de R$ 54 mil) para US$ 15 mil (R$ 74,5 mil) por alpinista estrangeiro.
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No entanto, o valor atual não será aumentado até 2025 para dar tempo ao mercado se adaptar.
Isso porque grande parte das companhias de expedição já fixaram os valores para as expedições de 2024, quando o Everest provavelmente estará lotado mais uma vez.
Para a próxima temporada, uma das principais preocupações das empresas é o que acontecerá com as permissões para escalar o Everest pelo lado tibetano.
Após anos de fechamento, a China abrirá o Everest para expedições estrangeiras a partir da primavera de 2024, mas ainda é um mistério quanto será cobrado.
“A CTMA (China Tibet Mountaineering Association) ainda não nos forneceu as tarifas de permissão para o próximo ano”, disse Dawa Steven Sherpa, da Asian Trekking, ao site ExplorersWeb. “Isso está tornando a definição de preços e a promoção da expedição pelo Tibet um desafio.”
“Diferentemente do Nepal, onde podemos aproveitar uma logística mais flexível e permissões de última hora, nas expedições pelo Tibet precisamos ter toda a documentação pronta com meses de antecedência”, acrescentou Steven.
Custos elevados
Já no lado nepalês, o aumento das taxas provavelmente não impedirá um número cada vez maior de alpinistas de se dirigirem à montanha. Todos os custos relacionados a expedições ao Everest se multiplicaram nos últimos tempos à medida que o mercado prosperou.
Várias empresas já oferecem upgrades de luxo, desde camas e mobília em barracas no Acampamento Base, até oxigênio ilimitado em qualquer altitude e transferências de helicóptero do Acampamento Base para Katmandu.
Em alguns casos, as companhias até oferecem atalhos entre o Acampamento 2 e o Acampamento Base, para que clientes ricos possam evitar os perigos da cascata do Khumbu, especialmente na descida.
As expedições ao Everest atualmente variam de cerca de US$ 50 mil (R$ 246 mil) para ofertas de menor custo, a US$ 300 mil (R$ 1,4 milhão) para opções VIP premium.
Já montanhistas hardcore, que sobem sem oxigênio, carregam seus equipamentos e ficam em uma pousada em Lobuche em vez de usar o Acampamento Base (como Kilian Jornet fez nos últimos anos) podem gastar menos de US$ 20 mil (R$ 98 mil).
No outro extremo, há rumores de que alguns clientes VIP desembolsam a cifra de um milhão de dólares (quase R$ 5 milhões) para escalar com guias superestrelas, suporte extra de sherpas e outros serviços exclusivos.