Com seu plano de visitação aprovado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os Yanomami comemoram a reabertura do Pico da Neblina para a visitação pública.
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“É um sonho que estamos realizando. O ecoturismo do povo Yanomami vai guiar os visitantes até o ponto mais alto do Brasil”, diz José Mário Góes, presidente da Associação Yanomami do Rio Cauaboris (Ayrca).
O projeto Yaripo, como os Yanomami chamam o Pico da Neblina, que significa a “Montanha do Vento”, vem sendo discutido desde 2015 pela Ayrca com os parceiros do Instituto Socioambiental (ISA), Funai, ICMBio, Exército e Secretaria de Turismo de São Gabriel da Cachoeira (AM).
Situado dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina em sobreposição à Terra Indígena Yanomami na parte do Amazonas, o Yaripo é o ponto mais alto do Brasil, com 2.994 metros de altitude, na fronteira com a Venezuela, em São Gabriel da Cachoeira, no Noroeste Amazônico.
Depois de várias etapas para a construção do plano de visitação, foram realizadas melhorias de infraestrutura na trilha e na comunidade, e firmadas parcerias comerciais com operadoras de turismo.
A reabertura da visitação estava prevista para acontecer em abril de 2020, mas com a chegada da pandemia de Covid-19 foi necessário aguardar o avanço da vacinação.
Primeira expedição ao Pico da Neblina
Dia 23 de janeiro sairá a primeira viagem que marcará a reabertura do Pico da Neblina ao público, após mais de cinco anos fechado.
Os interessados podem entrar em contato com a operadora parceira dos Yanomami, Ambiental Viagens e Turismo, que estará à frente da primeira expedição.
As outras duas operadoras parceiras, Amazon Emotions e Roraima Adventures, também já estão recebendo reservas para viagens futuras. As três operadoras vão se revezar nas expedições.
O tempo total da viagem é estimado em 15 dias, dos quais 8 dias são para subir e descer do Pico da Neblina até a comunidade de Maturacá, na TI Yanomami. A subida não requer conhecimento específico de montanhismo ou técnicas de escalada e no ataque ao cume final foram instalados degraus para segurança dos visitantes.
A viagem, no entanto, requer ótimo preparo físico, pois, além da altitude, a trilha é bastante irregular e está numa região de calor intenso, muita umidade com chuvas frequentes, insetos e também frio durante a noite, em especial na parte mais alta do percurso. Recomenda-se preparação e avaliação física prévias para encarar o desafio.
O turista terá a oportunidade de penetrar na floresta amazônica e atingir o ponto mais alto do Brasil sendo guiado pelos Yanomami.
Com sorte avistará animais silvestres, encontrará pássaros e plantas exclusivos daquela região, e poderá aprender palavras e cantos dos yanomami, além de ouvir suas histórias.
Fonte CicloVivo