Juliana Saporito Taddone
Ainda não existe previsão de quando as fronteiras estarão liberadas, mas muita gente já pensa em planejar um mochilão para depois da pandemia – mesmo diante das incertezas quanto à saúde da população mundial.
Sem saber datas exatas para receber vacina e o receio com o controle de novas cepas e variantes da Covid-19, muitas pessoas sentiram o confinamento imposto pela pandemia amplificar a necessidade de viajar – ou, pelo menos se sentir aptas a fazer isso.
Parece complicado, mas sonhar com o momento de embarcar em uma aventura e encontrar um novo destino é possível. Mais do que isso, planejar roteiro, avaliar as finanças e economizar são passos importantes e que ajudam não apenas a chegar a esse objetivo – mesmo sem data certa definida – mas também a cuidar da mente.
Pelo menos é isso o que recomenda a psicóloga Rita de Cássia Marino, de São Paulo. Além de profissional de saúde mental, ela própria é viajante e mochileira, e dá dica legais para quem não vê a hora de arrumar as malas.
- Saiba como viajar em segurança durante a pandemia
-
Avião supersônico terá voo de 4h para qualquer lugar do mundo por U$ 100
“Muita gente associa essa necessidade de viajar a um capricho, mas na verdade ela está ligada a uma sensação inerente de estar livre, e é importante deixar que essa sensação flua”, explica.
E completa: “as pessoas vivem realidades diferentes, e por isso têm necessidades diferentes. Identificar as vontades e adeaquá-las à chamada ‘vida real’ é um exercício importante para manter o foco e ter perspectivas de um futuro mais promissor”.
Acreditar, portanto, é o primeiro passo. O segundo, é começar – pra ontem! – a se planejar com antecedência. Isso vale para o dinheiro que será investido e também para pesquisar opções viáveis de roteiro, dadas as restrições de viagem pelo mundo afora. Um estudo sobre quais companhias aéreas ou terrestres fazem o percurso até o local desejado também é essencial. Se a ideia for uma road trip, fazer uma imersão em mapas e rotas ajuda a não ter surpresas desagradáveis.
“Geralmente as duas coisas mais caras em uma viagem são o transporte e a hospedagem. Planejar ambas com antecedência pode significar melhores preços e, no caso da hospedagem, até mesmo opções sem custo, que envolvam couchsurfing ou trabalho voluntário, por exemplo”, indica Rita.
No site CouchSurfing é possível conectar viajantes em busca de hospedagem com moradores locais dispostos a recebê-los, sem custo. Existem, na plataforma, ferramentas de pesquisa que permitem ‘rankear’ anfitriões e hóspedes por meio de avaliações e, geralmente, as regras do local são bem explicadas. Ainda assim, é importante conversar muito com o potencial anfitrião antes de escolher.
Quanto ao trabalho voluntário, fazendas, hotéis e pousadas podem ser lugares para se tentar uma permuta: a troca de hospedagem por algum tipo de trabalho prestado para o dono do local ou para a comunidade no entorno da região.
Outra dica é escolher períodos fora da alta temporada, quando tudo fica mais barato e há queda considerável no número de turistas visitando um mesmo lugar. Mochileiros, em geral, não são muito adeptos da muvuca, e procuram lugares que possam aproveitar sem dividir espaço com uma multidão – o que, em tempos pós Covid-19, também soa muito mais convidativo.
Com as opções de trabalho remoto cada vez mais em alta, também não é necessariamente preciso esperar as férias para poder viajar – um lugar com acesso a Internet já resolve essa questão.
Gastos diários, como transporte e alimentação, também pode ser planejados com antecedência. Um estudo sobre a região que você pretende visitar e fóruns online são boas opções para se informar sobre restaurantes baratos, oferta de bicicletas compartilhadas e até mesmo rotas seguras para caminhar.
A última dica talvez seja a mais importante: converse com as pessoas. Procure em suas redes e redes de amigos outros viajantes que já estiveram nos locais que você deseja visitar, pesquise grupos online de moradores locais e tire todas as dúvidas que puder, desde dados geográficos até as medidas sanitárias que estão sendo adotadas na região.