O corpo em decomposição de um pirarucu amazônico recentemente apareceu na costa da Flórida, nos Estados Unidos. O fato levantou preocupações sobre se o “monstro do rio”, esse peixe predador gigantesco brasileiro, se juntou à lista cada vez maior de espécies invasoras da Flórida, de acordo com fontes de notícias.
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Embora possa prosperar nas águas quentes da Flórida, é improvável que o pirarucu amazônico (Arapaima gigas), uma criatura de tamanho considerável que pode atingir 3 metros de comprimento e até 200 kg, se prolifere por lá. De acordo com um estudo de 2019 na revista PLOS One as chances são contra isso, pelo menos por agora.
Isso porque esses peixes têm algumas peculiaridades muito particulares: eles se reproduzem apenas em áreas específicas, gastam muito tempo e energia cuidando de seus filhotes e não atingem a maturidade sexual até que tenham cerca de 1,5 m de comprimento e pelo menos 3 aos 5 anos. Ou seja, é uma reprodução bastante delicada. Além disso, seriam necessários muitos indivíduos para ter uma população sustentável na Flórida e, até agora, apenas um pirarucu morto foi encontrado.
Neste caso, o pirarucu era provavelmente um animal de estimação exótico no aquário particular de uma pessoa que ficou grande demais para seu tanque e foi ilegalmente solto na natureza ou morreu em cativeiro e foi jogado no rio. Ainda assim, como é grande a preocupação de um desequilíbrio ambiental caso o peixe comece a se reproduzir por lá, as autoridades ambientais locais emitiram um aviso para que qualquer pessoa que aviste um exemplar tire uma foto ou filme o animal e liguem para um número de emergência informando o local e a data da aparição.
Os restos do peixe foram encontrados no Parque Jaycee, em Cabo Coral, às margens do rio Caloosahatchee, no Oeste do estado. O animal, que tem escamas esverdeadas a cauda vermelha, estava com uma coloração branca.
Considerados troféus da pesca esportiva em rio e apreciados pela carne, a espécie se encontra ameaçada de extinção.