O Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil, deve reabrir para turistas em março de 2020. De acordo com o Institutos ICMBio, após uma assembleia na Comunidade de Maturacá, na Terra Indígena Yanomami, ficou decidido o mês da reabertura.

O processo para reabertura do Pico da Neblina, localizado no norte do Estado do Amazonas, à visitação turística durou cerca de cinco anos. O Parque está fechado desde 2003, por recomendação do Ministério Público Federal, devido ao desordenamento da exploração turística que estava gerando violação dos direitos indígenas, conflito com turistas e impactos ao meio ambiente.

Os trabalhos foram cercados de cuidados porque a área é uma unidade de conservação ambiental e território indígena Yanomami. Dessa forma, todas as discussões envolveram o alinhamento da legislação do ICMBio e Fundação Nacional do Índio (Funai), com apoio e consultoria do Instituto Socioambiental (ISA). Uma das preocupações foi garantir a autonomia dos indígenas.

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Lideranças e representantes do povo Yanomami participaram nos dias 15 e 16 de novembro da última assembleia antes da reabertura da visitação turística ao Pico da Neblina (ou Yaripo – como o local é chamado pelos Yanomamis). A reunião foi promovida pelo ICMBio, Funai, ISA e Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca), que atua em conjunto com a Associação de Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMY Kumirayoma). Com todas as autorizações necessárias, os indígenas se preparam para assumir a gestão do programa de turismo e vão assinar contratos com operadoras parceiras.

Com as autorizações necessárias para a atividade turística já concedidas, os próximos passos são análise jurídica do credenciamento de operadoras que vão atuar em parceria com os Yanomamis. A responsabilidade da gestão do turismo é da Ayrca, que terá apoio dos órgãos públicos e do ISA. Porém, o credenciamento será feito pelo ICMBio, que analisará toda a documentação das empresas, dando segurança jurídica às ações.

As operações devem levar em conta a legislação do ICMBio e da Funai, além da autonomia dos povos indígenas. A proposta desta da reabertura com um modelo de turismo de base comunitária é reduzir conflitos, promover a geração de renda sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população Yanomami.

O Pico da Neblina tem 2.995 metros de altura e é considerado um lugar sagrado para indígenas da etnia Yanomami. Mais de 70% da área do Parque Nacional do Pico da Neblina faz sobreposição com territórios indígenas.







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