“Por que não há mais ciclistas, e por que não há mais mulheres ciclistas?”. Estas são perguntas legítimas que a indústria da bike tem feito em diversos momentos.
Esta semana, um relatório revelou o que muitos já suspeitavam: que pedalar em Londres sendo mulher (e presumivelmente em outras cidades do mundo) pode ser uma experiência desagradável e perturbadora.
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A London Cycling Campaign Womens Network publicou esta semana os resultados de uma pesquisa com mais de 1.000 mulheres que pedalam na capital britânica, perguntando sobre suas experiências.
Agora, o relatório mostra os abusos de gênero que as mulheres em Londres enfrentam ao pedalar.
Entre as entrevistadas, 93% disseram que motoristas usaram seus veículos motorizados para intimidá-las, e nove de cada dez ciclistas afirmaram que sofreram abuso, principalmente verbal, mas algumas também registraram agressões físicas e sexuais. A frase que mais escutaram foi “saia da rua!”.
A maior reivindicação das entrevistadas é por mais ciclovias e locais apropriados para pedalar.
A pesquisa revelou ainda que mais de 20% desistiram de andar de bicicleta em decorrência dessas experiências criminosas e desagradáveis e mais de 50% são obrigadas a pedalar, pela falta de estrutura (em Londres), em vias inseguras ou por lugares ermos e mal iluminados em suas viagens.
Alguns dos resultados do relatório com as mulheres ciclistas de Londres incluem:
• 93% das mulheres entrevistadas disseram que motoristas usaram veículos motorizados para intimidá-las. 77% disseram que isso aconteceu pelo menos uma vez por mês.
• 9 em cada 10 disseram que sofreram abusos de outros usuários da estrada enquanto pedalavam – 63% disseram que isso acontecia pelo menos uma vez por mês.
• Os abusos eram frequentemente verbais, mas incluíam assédio sexual, ameaças físicas e agressões físicas e sexuais, como toques indesejados ou tapas em mulheres em suas bicicletas enquanto paradas em semáforos.
• O abuso verbal mais comum era uma variação de “saia da rua!”.
• Mais de 1/5 das mulheres disse que deixou de pedalar, temporária ou permanentemente, como resultado dessas experiências.
• 9 em cada 10 disseram que começariam a pedalar ou pedalar mais se tivessem rotas de ciclismo mais seguras, como pistas protegidas, para suas viagens.
• Mais da metade das mulheres disse que são forçadas a escolher entre pedalar em estradas movimentadas sem espaço seguro ou por lugares isolados, silenciosos ou escuros para suas viagens.
Com base na pesquisa, a Rede de Mulheres está preparando uma petição para ser entregue à presidência da Câmara de Londres. No documento, elas pedem infraestruturas cicláveis seguras e de qualidade na cidade, mais segurança para as mulheres em bicicletas e redes cicloviárias locais para tornar os bairros menos ermos, escuros e inseguros.
O plano da entidade é que as mulheres se igualem aos homens no uso da bicicleta como meio de transporte na cidade até 2030. Atualmente, apenas um terço das viagens de bike na capital inglesa são feitas por mulheres.
Com informações de Aliança Bike.