Peixes podem ter vício em metanfetamina, mostra estudo

Por Redação

Peixes podem ter vício em metanfetamina, mostra estudo
Imagem: Hunter Brumels/Unsplash

Um estudo da Universidade Tcheca de Ciências da Vida em Praga publicado na terça-feira (6) mostrou que alguns peixes podem se viciar em metanfetamina. É possível que a truta-marrom (Salmo trutta) desenvolva o vício na droga caso traços da substâncias sejam encontrados na água dos rios.

A equipe de pesquisadores colocou 40 trutas-marrons em um tanque d’água, que tinha um nível de metanfetamina encontrado em rios de água doce, por um período de dois meses. Depois, elas foram transferidas para um tanque de água limpa.

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O estudo publicado no Journal of Experimental Biology registrou que, após a imersão nas águas contaminadas com a droga, os peixes se tornaram menos ativos, mas também exibiam níveis preocupantes de dependência.

“As metanfetaminas, bem como outros poluentes de preocupação emergente, são introduzidas de forma semelhante nas águas superficiais: através da descarga de estações de tratamento de águas residuais”, disse o autor do estudo Pavel Horký ao DailyMail.

“Os usuários dessas drogas evacuam a substância nos sistemas de coleta de esgoto e, em seguida, elas entram nas estações de tratamento de águas residuais que não foram projetadas para tratar essa contaminação.”

“Finalmente, os poluentes entram nos ecossistemas de água doce em níveis relativamente baixos, mas detectáveis ​​e biologicamente eficientes”, explicou.

O vício em drogas pode potencialmente levar os peixes a se juntarem perto de descargas de tratamento de água insalubres em busca das substâncias.

Além da metanfetamina pura, remédios como o antidepressivo fluoxetina podem ‘encorajar’ os peixes e alterar seu comportamento quando estão presentes na água, mostrou os estudo.

Os resultados da pesquisa mostram que, aparentemente, mesmo baixos níveis de drogas ilícitas na água podem impactar negativamente os animais da região.

“Provocar o vício em drogas em peixes pode representar outro exemplo de pressão inesperada sobre as espécies que vivem em ambientes urbanos”, completou Horký.