Os parisienses estão ameaçando organizar um “cocô coletivo” no Rio Sena em um protesto antes das Olimpíadas.
Irritados com o alto custo de limpar o rio para os Jogos, moradores da Cidade Luz se reuniram sob a hashtag #JeChieDansLaSeineLe23Juin, que se traduz como “Eu cago no Sena em 23 de junho”.
O último domingo (23) deveria ser a data em que a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, nadaria no Sena para provar que a água está limpa o suficiente para os atletas olímpicos. Mas o mergulho acabou adiado, assim como o protesto.
O presidente Emmanuel Macron também prometeu nadar no Sena antes dos Jogos, mas não disse quando.
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Um site foi criado com o slogan: “Eles nos mergulharam na merda, agora é a vez deles mergulharem na nossa.”
O programador anônimo por trás do site disse ao canal de notícias Actu Paris por que as pessoas estão tão irritadas.
“O problema é que todos os recursos investidos não foram para resolver os problemas sociais que temos no momento”, disse ele.
“Temos a sensação de estar abandonados. Vemos onde estava a prioridade deles.”
Mais de 1,4 bilhão de euros (cerca de R$ 8 bilhões) foram gastos tentando tornar a água segura o suficiente para nadar, com eventos de triatlo e natação em águas abertas programados para ocorrer no rio Sena.
No entanto, um relatório publicado na última sexta-feira (21) mostrou que a água ainda estava muito suja para nadar, faltando pouco mais de cinco semanas para o primeiro evento de triatlo.
Amostras de água mostraram altas taxas de dois tipos de bactérias fecais, incluindo E.coli, e não atenderam aos padrões estabelecidos para os Jogos, disse o prefeito da região de Paris, Marc Guillaume.
Outros aspectos das Olimpíadas têm se mostrado controversos. Os parisienses enfrentam aumentos nos custos de transporte; acampamentos de sem-teto foram removidos, levando a acusações de que a França está tentando “esconder a pobreza”; e estudantes foram deslocados para dar lugar aos trabalhadores das Olimpíadas.
Agora, se as pessoas realmente vão levar o protesto do cocô adiante ainda é incerto.
O criador do site disse ainda que, embora a ideia do protesto tenha começado como uma piada, as pessoas estão motivadas para seguir em frente: “Nenhuma possibilidade está excluída.”