Desde o início da pandemia da Covid-19, um terço de todos os aviões comerciais de passageiros da Europa pararam de voar e, com isso, muitos pilotos de aviões perderam os seus empregos e migraram para a direção de trens.
A EPA (Associação Europeia de Pilotos) informou que dos cerca de 65 mil funcionários de cabine de pilotagem na Europa antes da pandemia, até 18 mil poderiam perder permanentemente seus empregos, de acordo com a mídia alemã Deutsche Welle.
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Uma pesquisa divulgada no início deste ano com quase 2.600 pilotos em todo o mundo, conduzida pela GOOSE Recruitment e pelo portal FlightGlobal, revelou que apenas 43% estavam fazendo o trabalho para o qual haviam sido treinados. Outros 30% estavam desempregados, 17% estavam suspensos de suas funções e 10% em funções não relacionados diretamente ao voo. Cerca de 82% dos participantes estavam dispostos a aceitar cortes salariais em troca de um novo emprego.
Enquanto essa crise da aviação acontece em meio à pandemia, os pilotos de aviões encontraram oportunidades nas empresas de transporte terrestre. As companhias ferroviárias na Alemanha, Áustria e Suíça estão procurando maquinistas profissionais devido a uma alta demanda para manter as suas viagens pontuais, também de acordo com a DW.
A Deutsche Bahn, operadora ferroviária alemã, disse recentemente à agência de notícias alemã DPA que recebeu candidaturas de 1.500 ex-pilotos e comissários de bordo. Dentre esses candidatos, a empresa contratou até agora cerca de 280 pessoas, incluindo 55 pilotos e 107 tripulantes de cabine.
Tarefas semelhantes
A Deutsche Welle conta que Dennis Seidel trabalhou por dez anos como piloto para a LGW, uma subsidiária da antiga companhia aérea alemã Air Berlin. Em entrevista ao portal Ailiners.de, ele disse que perdeu o emprego quando a empresa quebrou em meio à pandemia, e então partiu para o mercado ferroviário.
“A julgar pelo que você está realmente fazendo, as tarefas são bastante semelhantes. Os maquinistas de trem têm um trabalho igualmente responsável como pilotos”, disse Dennis. A grande diferença, segundo ele, é que os maquinistas ficam sozinhos, sem um copiloto, e há mais passageiros em um trem de alta velocidade do que em um avião.
Quanto à remuneração, os trabalhadores devem passar a ganhar menos do que recebiam quando estavam no setor da aviação. De acordo com os números da Deutsche Bahn, maquinistas de trem totalmente qualificados ganham de 44.000 a 52.500 euros anualmente, incluindo bônus e outros pagamentos. Já os pilotos da Lufthansa recebem salários base de cerca de 65 mil euros já em seu primeiro ano, mas muitas companhias aéreas reduziram esse valor durante a pandemia.
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