Pare de reclamar dos dias insuportavelmente quentes do verão. Em alguns destinos, as temperaturas sempre altas infernizam a vida dos moradores, como nestes dez lugares mais quentes do planeta.

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DALLOL

Onde fica: Etiópia, no Chifre da África.

Maior temperatura registrada: 63º C.

Média de temperatura anual: 34º C (a maior do mundo).

Como é lá: A pequena cidade, localizada no deserto de Danakil, parece uma paisagem extraterrestre edificada em cores saturadas. O efeito é causado pela existência generosa de enxofre, sal e potássio.

Como o povo se refresca: O grupo étnico Afar vive por lá há mais de 2.000 anos e tem na extração de sal sua principal atividade. São nômades e historicamente guerreiros – refrescar-se está fora de suas preocupações principais.

Dá para visitar? A existência de grupos separatistas e os desafios geográficos de uma região que conta com vários vulcões ativos, gêiseres e que pode chegar a alcançar 150 metros abaixo do nível do mar fazem com que um rolê turístico seja uma decisão relativamente perigosa. Mas agências de viagens como a Explore Ethiopia organizam passeios por lá

 DJIBUTI

Onde fica: No Chifre da África, às margens do golfo de Áden.

Maior temperatura registrada: 42º C.

Média de temperatura anual: 31,5º C.

Como é lá: A modesta capital, que tem o mesmo nome do país, possui o principal porto da região, tanto em termos comerciais (é porta de saída para nações vizinhas sem acesso ao mar) como estratégicos (conta com bases militares francesas e norte-americanas, por exemplo).

Como o povo se refresca: Há diversas praias próximas à capital e ao longo da costa leste, como Khor Angar. As melhores do país estão no golfo de Tadjoura, onde o acesso se dá por barco, a partir de Djibouti; mergulho e fotografia submarina são as principais atrações.

Dá para visitar? Sim. Não se esqueça: fotografar edifícios públicos e de construções de infraestrutura é proibido. Sempre peça permissão antes de tirar fotos dessa natureza no país.

DASHT-E-LUT

Onde fica: Sudeste do Irã.

Maior temperatura registrada: 70º C (medida pela Nasa na superfície do deserto, em 2005).

Média de temperatura anual: 17º C.

Como é lá: Dasht-e-Lut significa “deserto do vazio”, em persa. O deserto de sal possui mais de 50.000 km2 e dunas de areia que podem atingir 500 metros de altura.

Como o povo se refresca:

Apenas tribos nômades transitam pelo lugar, e se movem de acordo com as estações do ano; a 60 quilômetros da cidade de Yazd, um ponto clássico de abrigo e descanso em pleno deserto é o caravanserai (espécie de pousada para mercadores da antiga Rota da Seda) Zein-o-Din, que mantém estruturas e costumes tradicionais.

Dá para visitar? Excursões de agências locais partem principalmente de Yazd ou Kerman (cidades vizinhas ao deserto), rumo aos “kaluts” (castelos de areia que podem ser visitados em Dasht-e-Lut). No entanto, guias independentes também oferecem serviços particulares anunciados em sites na internet.

BANGCOC

Onde fica: Centro da Tailândia.

Maior temperatura registrada: 40,8º C.

Média de temperatura anual: 28º C.

Como é lá: A capital tailandesa une a suntuosidade de centenas de templos que atravessam os séculos ao fervor de um lugar que abunda em atrações gastronômicas, compras e passeios.

Como o povo se refresca:

A escola de massagem tradicional tailandesa Wat Po concentra alunos dessa que é a primeira instituição do gênero no país; as massagens têm preços amigáveis, e a qualidade do serviço é aliada a salas com um bem-vindo ar-condicionado.

Dá para visitar? Tranquilamente. Bangcoc recebe cerca de 11 milhões de turistas anualmente, o que a torna a quinta cidade mais visitada do mundo, segundo ranking divulgado neste ano pelo instituto de pesquisas Euromonitor International.

HO CHI MINH

Onde fica: Sul do Vietnã.

Maior temperatura registrada: 41º C.

Média de temperatura anual: 28º C.

Como é lá: A antiga Saigon conjuga construções religiosas ancestrais com arranha-céus e barulhentas motos que traduzem a energia permanente da cidade, capital econômica do Vietnã.

Como o povo se refresca:

Como no Brasil, em Ho Chi Minh a água de coco é um aliado popular para enfrentar o calor. Outras opções mais inusitadas, como o ca fe sua da (café gelado com leite condensado, disponível em cafeterias, onde o ar-condicionado é um “must”) e o nuoc sam (chá de ervas típico do país), também são boas pedidas.

Dá para visitar?
Muito. Não há voos diretos do Brasil para a cidade, mas pelo menos três companhias aéreas, entre elas a Emirates, oferecem rotas, com escalas, que levam até lá.

WADI HALFA

Onde fica: Nordeste do Sudão.

Maior temperatura registrada: 52,7º C.

Média de temperatura anual: 26,5º C.

Como é lá: A cidade, próxima da fronteira com o Egito e à beira do Nilo, abriga uma parte do lago Nasser, criado artificialmente por conta da represa de Assuã e que no Sudão muda de nome para lago de Núbia. Aí repousam vestígios materiais da civilização núbia, o que a torna alvo do interesse permanente de arqueólogos.

Como o povo se refresca:

O hotel Onatti, nos arredores da cidade, possui um oásis com frutas cultivadas cuidadosamente, oferecidas a baixos preços para hóspedes que não buscam luxo.

Dá para visitar? Sim, especialmente se o objetivo é embarcar nas várias opções de excursões pelo deserto do Saara, e que têm em Wadi Halfa uma importante porta de entrada/saída do país.

TIMBUKTU

Onde fica: Centro do Mali

Maior temperatura registrada: 54,5º C.

Média de temperatura anual: 26,5º C.

Como é lá: Declarada patrimônio mundial pela Unesco, a cidade, de mais de 1.500 anos e localizada às portas do Saara, foi um importante centro comercial e intelectual islâmico, especialmente durante os séculos 15 e 16. Neste ano foi alvo de ataques de rebeldes islamitas que controlam o norte do país.

Como o povo se refresca:

A biblioteca do instituto Ahmed Baba, reformada há três anos, concentra manuscritos milenares. Ela é um dos pontos de encontro de estudantes ávidos de saber em um ambiente climatizado, pensado para proteger os mais de 20 mil documentos que concentram um pouco da história da região.

Dá para visitar? Infelizmente, não. Antes destino muito procurado por turistas que amam a história da África, a cidade caiu recentemente nas mãos de jihadistas locais, que expulsaram estrangeiros e até destruíram alguns monumentos da humanidade.

QUEENSLAND

Onde fica: Nordeste da Austrália.

Maior temperatura registrada: 68,8º C.

Média de temperatura anual: 20º C.

Como é lá:

A segunda maior divisão administrativa do país, o “Estado ensolarado”, como também é conhecido, apresenta opções variadas de turismo natural, como praias, reservas e mar de corais, esportes outdoor, parques temáticos. Além disso, há uma boa oferta de atrações urbanas e históricas, entre elas sítios arqueológicos onde se encontram inscrições rupestres.

Como o povo se refresca: Uma opção é a Grande Barreira de Corais, em Brisbane, a maior do gênero em todo o mundo, que reúne mais de mil ilhas e é a maior atração do Estado.

Dá para visitar? Só em Queensland, há três aeroportos internacionais. Todo o país conta com uma ampla infraestrutura para o turismo.

CHENNAI

Onde fica: Sudeste da Índia.

Maior temperatura registrada: 43,3º C.

Média de temperatura anual: 28,6º C.

Como é lá:

Conhecida como “a Detroit indiana” (concentra 40% da produção de todos os automóveis do país), a quinta maior cidade da Índia também ostenta uma indústria cinematográfica potente, igrejas cristãs e templos hindus.

Como o povo se refresca: Em Chennai, encontra-se a segunda maior praia do mundo, a Marina, que é um dos pontos de encontro locais para relaxar, conversar, tomar sorvete e comer murukkus, espécie de rosquinha crocante feita de arroz e lentilhas pretas.

Dá para visitar? Sim. Há mais de 15 companhias aéreas que efetuam voos do Brasil para a cidade.

DOHA

Onde fica: Qatar, no litoral do Golfo Pérsico.

Maior temperatura registrada: 50,4º C.

Média de temperatura anual: 27º C.

Como é lá:

Eminentemente um destino de negócios, Doha será a primeira capital do Oriente Médio a sediar uma Copa, em 2022. Virou um canteiro de obras, acompanhado com preocupação pela organização Human Rights Watch, que vem denunciando a existência de práticas nocivas aos trabalhadores, como a proibição aos imigrantes de se filiar a sindicatos e a obrigação de continuarem trabalhando mesmo sob temperaturas escaldantes.

Como o povo se refresca: Na capital, o City Centre Mall, maior shopping do Oriente Médio, oferece uma pista de patinagem no gelo, além de 350 lojas.

Dá para visitar? Dá, sim. Voos diários saem do aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, rumo à cidade.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de dezembro de 2012)







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