A onda de calor na Sibéria que está quebrando todos os recordes não teria acontecido sem mudanças climáticas causadas pela ação humana, revela um novo estudo.
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As temperaturas no território russo estavam cerca de 5ºC mais quentes que a média de anos anteriores entre janeiro e junho deste ano.
Na cidade de Verkhoyansk, as temperaturas passaram de 38ºC em 20 de junho, a temperatura mais alta já registrada no círculo ártico. Os cientistas acreditam que o Ártico está esquentando duas vezes mais rápido do que o resto do mundo.
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Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo UK Met Office, descobriu que a probabilidade de atingir as mesmas temperaturas sem a ação humana seriam de menos de uma vez a cada 80.000 mil anos.
Os cientistas descrevem as descobertas como uma “evidência inequívoca do impacto das mudanças climáticas no planeta”. De acordo com o coautor do estudo Peter Stott, do Met Office, o resultado mais contundente de qualquer estudo já feito.
Cientistas climáticos usam simulações por computador para comparar o clima como é hoje com o clima como seria sem intervenção da ação humana.
Onda de calor na Sibéria, emergência no mundo
A onda de calor na Sibéria está tendo resultados dramáticos. As temperaturas extremas levaram a uma escalada de desastres naturais que levaram o presidente da Rússia Vladimir Putin a declarar estado de emergência no começo de junho.
Só os incêndios árticos, por exemplo, liberaram mais de 56 megatoneladas de CO2 em junho. O permafrost está derretendo e traças da seda siberianas estão destruindo as árvores e deixando-as mais vulneráveis ao fogo.
A estimativa é de que as temperaturas do Ártico tenham subido 2ºC desde 1850, comparadas com 1ºC globalmente. Não se sabe ao certo o impacto do desastre ambiental que as mudanças climáticas podem causar.