Santa Teresa talvez seja, provavelmente, o bairro mais interessante do Rio de Janeiro hoje. Mais ainda se você pedalar e outros esportes outdoor, como escalada e corrida. Encravado entre o centro e a zona sul, esse pedaço pitoresco da cidade traz um maravilhoso atrativo, além de sua já conhecida atmosfera boêmia e arquitetura neocolonial: fica pertinho das mais belas montanhas cariocas.

Nos últimos anos, Santa Teresa ganhou novos restaurantes, bares e hotéis charmosos, porém – como quase tudo no Rio – não abandonou seu ar exótico que faz dele um polo de artistas e figuras típicas da capital.

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Bondinho de Santa Teresa – Foto: Rafael Catanhede

Esse desenvolvimento trouxe para lá projetos interessantes como o Mama Shelter Rio. O hotel faz parte de uma iniciativa diferente desenvolvida pela megarrede francesa Accor: a ideia aqui é oferecer um ar mais moderno e descontraído, que lembra a casa de alguém descolado e, por vezes, remete àquela vibe despojada de hostel (mas sem perder a sofisticação).

Tanto o bar como o restaurante do Mama Shelter (o “mama” é autoexplicativo, para invocar o conceito de acolhimento) ficam abertos ao público, e não apenas aos hóspedes. Nada ali tem muito cara de hotel formal. Os 55 quartos são bem coloridos, com um estilo de quarto de amigo. Todo o décor é assinado por Jalil Amor, que passou anos trabalhando com o arquiteto francês Philippe Starck.

Hotel Mama Shelter Rio – Foto: Divulgação

Entretanto uma das grandes vantagens em se hospedar ali não se resume apenas ao conforto por um preço mais camarada que outros hotéis boutique. Com staff super “bike friendly”, o Mama Shelter fica a um pulinho de bicicleta de subidas icônicas do ciclismo de estrada local, como a Estrada do Sumaré, Paineiras e a Estrada do Redentor. Uma vez lá em cima nas montanhas, deixese envolver pela mata tropical e estique para outros destinos ciclísticos memoráveis, caso, claro, da Vista Chinesa, da Mesa do Imperador e da estradinha íngreme e sinuosa que leva até as costas do enorme Cristo. Já que chegou pedalando até ali, aproveite para tirar uma foto de fazer seus seguidores babarem no Mirante Dona Marta, onde há um heliponto com vista para a impressionante costa carioca.

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Quem curte correr em asfalto e em trilha também está bem servido – e nada como correr na Floresta da Tijuca e pelas ruazinhas singulares de Santa Teresa, com seus casarões, paralelepípedos, trilhos de bondinho e botecos históricos.

Bike na Floresta da Tijuca – Foto: Rafael Catanhede

Terra de absurdos contrastes, o Rio de Janeiro é tão lindo quanto violento. Duas de suas ciclovias – que facilmente figuravam entre as mais belas do planeta – simplesmente desmoronaram, sem qualquer reação do poder público. A esperança que reinava às vésperas das Olimpíadas de 2016 deu lugar a um sentimento generalizado de abandono e resignação – “o Rio não tem jeito”, dizem quase todos os taxistas que transportam os turistas.

1. Subida do Sumaré; 2. Estrada do Redentor; 3. Estrada das Paineiras; 4. Mama Shelter Rio

Só que em meio ao caos fica a maior floresta urbana do mundo. Provavelmente, um dos percursos de bike mais incríveis da Terra, além de trilhas para corrida e paredões para escalada difíceis de encontrar dentro de um centro urbano tão denso.

Permita-se conhecer o Rio, Santa Teresa e suas montanhas a bordo de uma bicicleta. Ou pegue seu par de tênis de corrida predileto e se perca naquele paraíso verdejante. Poucas vezes você se sentirá tão feliz e encantado por tantas horas ininterruptamente.

* A jornalista Erika Sallum viajou a convite do Mama Shelter Rio







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