Conversamos com Heinz Mariacher, gerente de sapatilhas de escalada na Scarpa. A marca é a responsável pela vencedora da categoria melhor sapatilha do Guia de Equipamentos da Outside US de 2020, a Veloce. É uma sapatilha de treino técnica suficiente para agradar todos os tipos de escalador. Mariacher falou sobre o futuro da escalada e as mudanças que ele vê no processo de design de sapatilhas.
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Conheça suas raízes
No começo dos anos 80, nós tínhamos um único modelo de sapatilha de escalada: a EB. Era um modelo extremamente desconfortável e machucava o pé. Para ela funcionar direito, era preciso usar um número muito pequeno. O grande desafio na época era fazer sapatilhas que machucassem menos, sem perder precisão. É quando eu entrei no jogo.
Confie no processo
A parte mais interessante é quando você usa pela primeira vez um protótipo na rocha. Tem alguns modelos em que eu fiz mais de 50 protótipos antes de conseguir fazer o conceito funcionar. Por outro lado, muitas vezes o primeiro protótipo é feio, mas funciona bem. Você até pode tentar melhorar, mas os ajustes pioram o modelo.
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Ancore-se na experiência
Sempre bati o pé para ser tanto desenvolvedor quanto testador das sapatilhas. Só desta maneira eu saberia diretamente se um protótipo funcionou ou não. Cada um tem sua própria opinião, porque cada um tem seu próprio formato de pé. É bem complicado colocar todas estas opiniões lado a lado e chegar a soluções efetivas. Quando você consegue sentir a sapatilha você mesmo, fica muito mais fácil.
Evolua sempre
Conforme a escalada indoor se desenvolveu, o design das sapatilhas precisou mudar bastante. Antigamente, precisão e sensibilidade em pequenas agarras de pé era algo muito importante. Hoje em dia ninguém parece ligar mais para isso. As pessoas só ligam hoje em dia para usar o calcanhar e o dedão do pé. Mas pode ser bastante divertido criar sapatilhas bacanas para ginásio. É um novo desafio.