O esquilo-voador (Eupetaurus cinereus) foi identificado pela primeira vez há 130 anos no Himalaia e, até recentemente, acreditava-se que o roedor era uma única espécie. Mas uma nova descoberta mostrou que existem dois animais distintos do tipo, o esquilo-voador-lanoso-tibetano (Eupetaurus tibetensis) e o esquilo-voador-lanoso de Yunnan (Eupetaurus nivamons), segundo a National Geographic.
Um dos maiores esquilos do mundo, o esquilo-voador tem cerca de 90 cm e aproximadamente 2 kg. Também é um dos mamíferos menos conhecidos do planeta.
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De acordo com um estudo publicado na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society, o esquilo-voador-lanoso-tibetano vive na fronteira entre Índia, Butão e Tibete, e o esquilo-voador-lanoso de Yunnan vive milhares de quilômetros ao leste, na província de Yunnan, no sudoeste da China.
“Essa descoberta é animadora”, afirma John Koprowski, especialista em esquilos da Universidade de Wyoming, que não participou da pesquisa. “O desconhecimento da existência de dois animais relativamente grandes mostra como sabemos pouco sobre o mundo natural”, disse à National Geographic.
Um dos motivos para os animais serem pouco conhecidos pela comunidade científica é o seu habitat pouco acessível. O esquilo-voador que habita o Tibete fica em altitudes de quase 5.000 metros, em áreas remotas e não povoadas. Os seus hábitos noturnos e o pelo marrom-acinzentado, que se camufla nas rochas, também dificultam a sua localização.
Em 1994, cerca de 100 anos após o seu descobrimento, o animal foi “redescoberto” pelo zoólogo Peter Zahler em um local remoto do Paquistão, permitindo que os cientistas aprendessem mais sobre a espécie.
Também foi constatado que a denominação “esquilo-voador” é um pouco inadequada, uma vez que esses animais deslizam por rochas e penhascos usando a pele esticada entre as patas dianteiras e traseiras, o que não deveria ser chamado de voo.
Os pesquisadores que fizeram parte do novo estudo visitaram oito museus no mundo inteiro para examinar 24 espécimes de esquilo-voador e descobriram que o formato dos crânios dos esquilos apresentava diferenças consideráveis e que o animal que receberia o nome E. tibetensis tinha uma mancha preta na cauda, inexistente nos outros animais. A análise de DNA confirmou que se tratava de duas espécies distintas.
“Este é apenas o começo”, disse Kristofer Helgen, cientista-líder e diretor do Instituto de Pesquisa do Museu da Austrália. “Agora que foram identificados, os cientistas podem entender melhor como eles vivem.”