Ninguém em sã consciência seria capaz de matar um pequeno porco-espinho, chamado de “hedgehog”, criados como pets aqui no Brasil. Mas biólogos neozelandeses pensam exatamente o contrário.
É difícil, mas a boa consciência diz que estes seres fofinhos, levados até a ilha pelos ingleses há séculos, precisam ser exterminados para não causar um desequilíbrio ainda maior no ecossistema.
A Nova Zelândia é uma das ilhas da Oceania que não tem nenhum mamífero terrestre nativo -exceto os morcegos- tudo foi introduzido por colonizadores e por agricultores ao longo dos séculos.
Conta-se que os ingleses trouxeram os hedgehogs para “se sentirem mais em casa” e isso gerou um baita problema. Apesar de ser um fofo, um lindo bebê da mamãe, essa espécie de porco-espinho é uma verdadeira máquina de matar.
Eles são responsáveis pelo rápido declínio de espécies nativas de gafanhotos, que comem às dezenas por dia, e por consumirem grandes quantidades de ovos de pássaros e lagartos.
Sem nenhum predador natural que dê conta de controlar a população de hedgehoges, as autoridades resolveram abater os bichos, usando armadilhas e venenos.
A campanha enfrenta oposição pelo carisma dos espinhosos, mas é levada a sério por biólogos, na tentativa de salvar o ecossistema da ilha.
Ao jornal inglês The Guardian, o biólogo Nick Foster, da Universidade de Otago, disse que a ideia é criar uma área de 310 mil hectares livres de predadores introduzidos, para que o bioma se recupere.
“Nós não estamos matando ‘coisas’, estamos tentando melhorar a vida de espécies que nos cercam. Temos o dever de cuidar dos animais que realmente deveriam estar aqui”, afirmou.