Cordas supostamente são cortadas no Everest e Nims Purja alega sabotagem

Por Redação

purja
Foto: Shutterstock.

O experiente montanhista nepalês Nirmal Purja fez um forte desabafo nas redes sociais ao saber que as cordas que ligam o Balcony ao Cume Sul do Everest supostamente haviam sido cortadas no último final de semana.

“Nims” e sua equipe, a Elite Exped, fariam o ataque ao cume neste final de temporada na montanha de 8.849 metros, a mais alta do mundo.

Veja também
+ O que o “outlive” de Peter Attia tem para nos ensinar?
+ Everest e Lhotse: Olivia Bonfim é a primeira brasileira a fazer o Double Head
+ Você deve reduzir a cafeína antes de uma prova?

Em seu post, que também foi compartilhado pelo guia brasileiro Julianu Lorne no Instagram, Nims reclamou de jogo sujo e que há uma campanha orquestrada contra ele no Everest há algum tempo. 

Veja abaixo:

Nims Purja possui vários recordes no montanhismo, entre eles ser o alpinista mais rápido a escalar as 14 montanhas mais altas do mundo, em apenas 189 dias.

Já a seção do Balcony, a 8.430m de altura, é um ponto crucial de parada no Everest para descanso e também para a última troca de cilindros de oxigênio antes do ataque final ao cume.

“Não é a primeira vez que lido com coisas nojentas como essa. Vivo com políticas e táticas nojentas e sujas desde 2019, simplesmente porque perturbei a indústria e fui extremamente bem-sucedido”, escreveu o alpinista nepalês, sem citar nomes.

“As pessoas estão sempre tentando me derrubar! Se necessário, vou expor todos abertamente! Estou extremamente decepcionado com a comunidade de montanhistas que me chamam quando precisam em tempos de crise”, completou o montanhista.

O motivo para as cordas terem sido cortadas de propósito não está claro, mas há alguns dias escaladores da equipe de Nims geraram polêmica ao supostamente terem escalado ilegalmente até o Campo 3 do Everest enquanto possuíam permissão apenas para o Lingtren, outra montanha do Himalaia.

Nims também teria sobrevoado de helicóptero a cascata de gelo de Khumbu diretamente até o acampamento 2 com alguns clientes, o que é contra a lei nepalesa, que visa reduzir a presença de helicópteros na área, exceto em situações emergências.

No entanto, a equipe de Nims alegou que o sobrevoo fez parte de uma operação de resgate.

“Nims [Purja] realmente voou para o Campo 2, mas foi para uma missão de resgate. Voos são autorizados para resgates. Na manhã de 19 de maio, foi relatado que alguns clientes VIP passaram mal e precisavam de atenção médica. Nims estava programado para voar para o Campo Base, mas como ele é amplamente treinado em medicina e é o líder da expedição, foi decidido que ele deveria ir na missão de resgate até o Campo 2 para avaliar a situação. Vários foram encontrados precisando de atenção médica, e Nims voltou com eles para Katmandu no dia seguinte, no próximo helicóptero de resgate disponível na próxima janela de clima favorável. Não há nada ‘ilegal’ nessa ação, pois voos de resgate são autorizados”, declarou a equipe em comunicado. 

Nirmal Purja e sua equipe agora esperam novas cordas serem fixadas e preparam um novo ataque ao cume do Everest.