Nepal proíbe fotos do Everest em redes sociais

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Fila para o cume do Everest na temporada de 2019- Foto: Nirmal Purja

Após ter fechado as fronteiras para estrangeiros no ano passado devido à pandemia de Covid-19, cancelando as temporadas de ascensão ao Everest, o Nepal reabriu o acesso à montanha e a temporada de cume deve começar nos próximos dias. Com uma estranha novidade: a partir dessa temporada, é proibido postar fotos do Everest em redes sociais.

Além do frio, altitude e localização, uma das grandes dificuldades para escalar a montanha mais alta do mundo é a burocracia. São várias autorizações e exigências do governo local, que fatura alto com o turismo de aventura na região.

A temporada desse ano tem novas regras, como contratação de seguro para os sherpas e outros trabalhadores da expedição, um plano de retirada em caso de emergência e da coleta do lixo gerado.

Mas uma delas vem causando polêmica. Está proibido o compartilhamento de fotos tiradas na montanha que incluam “outros escaladores”, sem a autorização do departamento de turismo local. Na prática, a medida impede fotografar expedições e permite só selfies.

Segundo o jornal local Katmandu Post, a medida pode ser uma estratégia para evitar fotos como as da fila de montanhistas próximos ao cume, que se tornou viral na temporada de 2019 e colocou o governo contra a parede por medidas para controlar o número de pessoas na montanha.

Ainda de acordo com o jornal, o governo nepalês faturou US$ 4,5 milhões em 2019 só com permissões do Everest. O turismo nas montanhas é uma grande fonte de renda no país -um dos países mais pobres do mundo- gera empregos com guias, cozinheiros e transportadores de carga.

No entanto, as temporadas de 2018 e 2019 tiveram um fluxo recorde de pessoas e um número alto de mortes e as fotos de pilhas de cilindros de oxigênio descartados na montanha que circularam pela internet, gerou uma pressão internacional por mais controle no teto do mundo.