Mudança climática cria imenso deserto no Nordeste brasileiro

Mudanças climáticas

Em um extenso relatório divulgado na semana passada sobre o avanço das mudanças climáticas no planeta e suas consequência devastadoras em diversas partes do mundo, há destaque ao Brasil e uma de suas áreas mais afetas pelo fenômeno, e que está cada vez mais próxima de se tornar deserto: o semiárido.

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Chamado de Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),o levantamento aponta, por exemplo, que essa extensa região, da qual fazem parte o Nordeste e o norte de Minas Gerais, vem enfrentando temperaturas ainda mais altas do que as já experimentadas ao longo das décadas, além de períodos de seca mais intensos e prolongados.

Juntando-se a essas condições climáticas o desmatamento e a extração de árvores na região, forma-se uma área cada vez mais desértica, que cresce cada vez mais e já tem tamanho de área equivalente a todo o território da Inglaterra.

Apresentado no documento como “a área seca mais densamente povoada do mundo”, o Nordeste brasileiro é particularmente afetado por fenômenos como o aquecimento global, que intensifica o calor e a aridez no solo e ar.

E a situação deve piorar ainda mais: segundo o IPCC, se na década de 2030 o mundo deve atingir um aumento de 1,5°C em sua temperatura média, no Brasil essa alta pode ser até duas vezes maior. Na região do semiárido isso pode significar temporadas de verão com temperaturas superiores aos 40°C.

O estudo sugere ações urgentes e colaborativas entre os países para mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa – que estão ligadas diretamente ao desmatamento e ao crescimento desenfreado da pecuária (gás carbônico e metano).

No Brasil, ações coordenadas para limitar avanço das mudanças climáticas que podem transformar o semiárido em um imenso deserto são ainda mais urgentes.

O IPCC é o principal órgão global responsável por organizar o conhecimento científico sobre as mudanças do clima. Criado na ONU e integrado por 195 países, entre os quais o Brasil,  apresenta de tempos em tempos relatórios produzidos com dados atualizados sobre a situação do clima no planeta, sugerindo diretrizes de contenção de danos. Este foi o sexto relatório de avaliação entregue pelo IPCC desde sua fundação, em 1988.