Morre Erivan de Lima, lenda nacional do mountain bike brasileiro

erivan de lima
Foto Arquivo Pessoal

Morreu nesta quinta-feira (4) a lenda do mountain bike brasileiro Erivan Arcanjo de Lima, aos 55 anos. Um dos atletas brasileiros de mountain bike que se destacou nos anos 90, junto com Abraão Azevedo, Osvaldo dos Santos – o Osvaldão, e Márcio Ravelli. Erivan foi campeão brasileiro de MTB XCO em 1994 e deixou um enorme legado a modalidade. Nascido em natal, no Rio Grande do Norte, Erivan morava em Campos do Jordão e lutava contra um câncer havia dois anos.

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Originário do ciclismo de estrada, Erivan de Lima era um escalador muito forte, que transpôs com muito talento essa habilidade para as subidas de MTB. O ciclista foi o criador do Desafio da Mantiqueira de MTB. A prova se tornou tradicional e ajudou a consolidar a cultura do esporte em uma das cidades de maior brilho para a modalidade no Brasil, Campos do Jordão, no interior de São Paulo. Ao desenhar uma prova com muita trilha técnica, Erivan, deu impulso para as provas de maratona.

Erivan de Lima: “paizão de uma geração”

O mundo do mountain bike lamenta profundamente a perda. “Hoje perdemos o grande Erivan Arcanjo Lima, meu irmão de coração e amigo do mundo inteiro! Super campeão de Ciclismo e MTB, nos deixa um grande exemplo de como as pessoas podem ser boas e grandiosas na construção da vida. Difícil encontrar um atleta da minha geração que não tenha recebido alguma ajuda ou incentivo do Erivan! Ele lutava bravamente contra o câncer. Descanse em paz!”, declarou a amiga há décadas e também campeã Adriana Nascimento. “Conheci ele desde 1992, era um irmão mesmo, aquela pessoa que ajudou todo mundo.”

Adriana lembra que Erivan deixou um legado inestimável para o esporte nacional. “Ele migrou do ciclismo olímpico para o MTB, criou o esporte do zero no Brasil, trazendo uma visão mais ampla de marketing, da imagem do esporte. Ele ensinou muito para a maioria dos atletas da nossa geração como negociar com patrocinador, cuidar da imagem, construir uma carreira”, relembra Adriana. Por ter competido fora por bastante tempo, ele trouxe experiência e ajudou a formar uma geração inteira. “Num momento em que não existia internet, ele avisava sobre as inscrições, ajudava a formar uma delegação para viajar para competir, orientava os atletas. Ele foi um dos ‘paizões’ do mountain bike no Brasil. Ele pegou novos atletas de um novo esporte e formou.”

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A bicampeã brasileira de XCM Vivi Favery também lembra da importância que Erivan teve para difundir o esporte. “Ele organizava caprichosamente a corrida que mais dava gosto de participar, o Desafio da Mantiqueira. Eram meses planejando as trilhas, levando os amigos pra aprovar o percurso e cuidando pra que cada atleta curtisse a prova”, conta. “Ativo na política de Campos do Jordão, sabia tudo o que estava acontecendo e participou de muitos projetos da cidade. Inteligente, carismático, empreendedor, amigo… é difícil entender sua ida porque achava que pra sempre ia poder parar na loja e te chamar pra um café. Fica um vazio aqui na terra que vamos preencher dessas boas memórias. Vai em paz, Erivan”







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