Moradores da zona sul de São Paulo estão tentando preservar o Jardim Alfomares, uma área de da Mata Atlântica com mais de 60 mil metros quadrados, cerca de 2 mil árvores e grande biodiversidade, que está ameaçada pela construção de um condomínio.
O local fica na região de Santo Amaro e, desde 2004, é defendido pela comunidade do bairro, que deseja que o Jardim Alfomares se transforme em um parque e seja preservado.
“Essa área está em disputa por uma incorporadora para a construção de um condomínio que já iniciou a derrubada de algumas árvores até que a ação da comunidade impedisse isso. Ali pode ser criado um horto florestal maravilhoso para nossos descendentes”, afirma Cleber Anderson, um dos moradores da região.
Em 2004 a prefeitura aprovou a construção de um condomínio no lugar ocupado por vasta área verde. Mas uma Ação Pública, que segue no STJ, impediu a continuidade das obras.
Leia Mais: Dia da Mata Atlântica: após queda, desmatamento no bioma cresce em quase 30%
Onde curtir a natureza nas capitais de SP, RJ, SC e CE
De acordo com o manifesto dos moradores da região próxima ao Jardim Alfomares, a construtora recorreu da decisão e por maioria de votos, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo reformou a sentença para reconhecer a validade do processo administrativo e das licenças concedidas e com isso autorizar a concretização da implementação do condomínio.
“Apesar de haver recurso do Ministério Publico junto ao STJ, fato é que a construtora entende que já pode iniciar as obras e com isso a derrubada da mata. O processo, impetrado pelo MP, Nº0114934-31.2008.8.26.0053”, diz o manifesto.
No dia 16 de novembro os moradores afirmam ter se deparada com a movimentação de caminhões e placas com as indicações da documentação da obra. Dois deias depois, a comunidade realizou uma manifestação em frente ao portão principal do Jd. Alfomares, Rua Fraternidade, 800.
Após a manifestação, a Prefeitura determinou a paralisação da supressão das árvores para revisão documental. Segundo o vereador Gilberto Natalini, que participação do protesto, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente solicitou que a empresa responsável pela obra apresente um relatório de impacto na fauna e flora.
“A comunidade não aceitou a decisão, se organizou e aconteceu uma manifestação no local, com a presença da imprensa e da sociedade civil, numa tentativa de impedir essa empreitada que visa somente o lucro, em detrimento do direito à preservação ambiental. Conseguimos que o Prefeito intervisse e a obra foi embargada novamente. Estou junto em mais essa luta pela preservação do verde da nossa cidade”, enfatizou Natalini.
O gabinete do vereador do Partido Verde enviou dois ofícios referentes ao Jardim Alfomares ao Prefeito, à Subprefeita de Santo Amaro, aos Secretários Municipais de Licenciamento e do Verde e Meio Ambiente e ao Secretário Municipal de Cultura e ao Presidente do Conpresp, sobre mais informações e vistas ao processo, referente ao pedido de tombamento do Jardim Alfomares.