“Não há uma regra geral, já que vários fatores influenciam em conjunto na estabilidade de uma encosta, entre eles o tipo de rocha que forma a montanha, a quantidade de fraturas que essa rocha tem e a região onde a montanha está localizada”, afirma o geólogo José Alexandre de Jesus Perinotto, professor do Departamento de Geologia Aplicada da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro, no interior de São Paulo.
Em outras palavras, se as condições forem propícias, qualquer montanha pode sucumbir a um deslizamento de terra, mesmo aquelas praticamente horizontais. Um dado importante na avaliação da estabilidade de um morro é o que os geólogos chamam de ângulo de repouso, definido como o maior ângulo de inclinação em que o material que forma a encosta (areia, pedregulhos, argila etc.) permanecerá estático sem rolar montanha abaixo. O ângulo de inclinação da areia, por exemplo, é de 34 graus.
Assim, se uma ventania chicotear uma duna em um precipício de 45 graus, as chances de ela deslizar são grandes. Chuvas excessivas, erupções vulcânicas, degelo acelerado, alterações no nível da água e terremotos também podem gerar instabilidade nas montanhas e causar deslizamentos.
Uma forma de evitar surpresas desagradáveis quando você sair para um passeio na serra é usar seus ouvidos: caso ouça um barulho forte descendo a montanha, é hora de sair de lá correndo.
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