Máscara atrapalha a performance? Pesquisas sugerem que não

Por Redação

máscara atrapalha performance
Imagem: Shutterstock

As academias estão de portas abertas, e em muitos lugares os números de contágio baixam. Mas isso não significa que a disseminação do coronavírus esteja sob controle. Para ajudar a mitigar a propagação, muitas academias e instalações de treinamento internas exigem que os clientes usem máscaras ou coberturas faciais. Mas muita gente afirma que  máscara atrapalha a performance. Mito ou verdade?

A boa notícia: pesquisas preliminares sugerem que eles não prejudicam realmente o seu desempenho. Nem a resistência até a exaustão nem a capacidade máxima de esforço foram afetados, nas medições de oxigenação sanguínea ou muscular, taxa de esforço percebido ou frequência cardíaca em adultos jovens e saudáveis.

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Pesquisadores da Universidade de Saskatchewan reuniram uma pequena amostra de 7 homens e 7 mulheres, variando de ligeiramente inativos (não atendendo às Diretrizes de Atividade Física de 150 minutos de atividade moderada a vigorosa por semana no Canadá) a ciclistas de elite e testaram os efeitos do uso uma máscara facial de tecido de três camadas, uma máscara cirúrgica e nenhuma máscara sobre seu desempenho nos exercícios.

Os participantes do estudo começaram com um breve aquecimento em uma bicicleta ergométrica, depois foram submetidos a um teste de exercício de intensidade progressiva, durante o qual tiveram que manter a mesma frequência de pedal enquanto a resistência era continuamente aumentada até a exaustão, Phil Chilibeck, Ph.D., professor na University of Saskatchewan e co-autor do estudo. A frequência cardíaca, a saturação de oxigênio no sangue e a taxa de percepção de esforço foram registradas a cada 30 segundos.

Cada um dos três testes foi feito em um dia diferente para permitir a recuperação total entre os testes. Além disso, os participantes foram solicitados a manter dieta, sono e rotinas de exercícios semelhantes por 24 horas antes de cada teste.

Os resultados, publicados no Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública, descobriram que o uso de máscara não afetou o desempenho ou os níveis de oxigênio muscular. Como não houve diferença no tempo de exaustão entre as condições, o pico de potência alcançado ao final de cada teste foi semelhante em condições com e sem máscara para todos os participantes. Os pesquisadores também não observaram nenhum efeito das máscaras durante o exercício nos níveis de oxigênio arterial (sangue), que diminuiriam se a respiração fosse afetada.

E, embora a propagação de gotículas não tenha sido medida, todas as máscaras usadas foram testadas em um estudo anterior, sendo comprovada a ação delas em minimizar a propagação de gotículas.

Embora os participantes representassem uma ampla gama de níveis de aptidão, esses testes foram realizados em uma amostra muito pequena (apenas 14 adultos jovens e saudáveis), e mais pesquisas são necessárias em populações maiores para conclusões mais abrangentes. Além disso, o estudo foi realizado em bicicleta ergométrica, onde os participantes se exercitaram por no máximo 12 minutos.

A percepção de que máscara atrapalha a performance pode ser influenciada por vários fatores, incluindo impacto psicológico, umidade e intensidade prolongada, mas não há evidências de que afetem os níveis de oxigênio no sangue.

Ainda assim, essa pesquisa inicial mostra evidências promissoras de que o uso de máscara não tem nenhum efeito negativo perceptível no desempenho, mas fornece grandes benefícios para retardar a propagação desta doença mortal.

Usar uma máscara, manter distância entre você e os outros e lavar as mãos regularmente são algumas das melhores maneiras de evitar a propagação do vírus. Inclusive ao fazer exercícios em ambientes fechados ou se houver mais pessoas no local de treino.







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