A lutadora de MMA norte-americana Kyra Batara passou a ganhar dinheiro produzindo conteúdo para a plataforma OnlyFans no começo da pandemia da Covid-19. Com dificuldade financeira desde 2019, a atleta recorreu à plataforma por assinatura postando conteúdo sexual quando as restrições do coronavírus impossibilitaram o seu trabalho nos ringues.
O OnlyFans permite que o público pague por conteúdos exclusivos dos seus ídolos. Em menos de um ano trabalhando na plataforma, Kyra conta ter ganhado “mais de seis dígitos”. Com o dinheiro, a lutadora pagou suas dívidas e ainda comprou uma casa.
O novo trabalho também trouxe uma nova reação do público. “Todo mundo me via como essa lutadora fofa, já que comecei nas artes marciais jovem e sempre estive cercada pela minha família. Agora, as pessoas veem a página no OnlyFans e muitas delas pensam que estou fazendo filmes pornô”, disse a atleta.
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Assim como Kyra, lutadoras brasileiras também passaram a produzir conteúdo para atravessar a pandemia com uma vida financeira melhor. A mineira Amanda Ribas, aposta do MMA nacional, também passou a produzir conteúdo para o OnlyFans e para o Close Frieds do Instagram — mas não com teor sexual.
“Em um primeiro momento, eu falei: ‘Credo, sensei. Ficar postando foto sensual minha?’. Porque eu acho que não combina tanto com o meu estilo mostrar muito o corpo. Só que a gente achou um jeito diferente de fazer fotos que o público queira ver, sem ser vulgar”, contou Amanda para o UOL.
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A lutadora tem duas plataformas em seu Instagram, um de treinamento online, que fez com o irmão, para quem quer treinar em casa e outro de fotos. Nos canais, Amanda interage com o público e responde perguntas por áudio e vídeos personalizados.
Ao contrário de Kyra, que quer ter o OnlyFans como foco principal no futuro, Amanda diz que o novo trabalho não atrapalha a preparação para sua próxima luta no UFC, contra Angela Hill, no dia 8 de maio. Ela diz que pensa em trabalhar mais no site quando não estiver em campo.
“Queria usar outras habilidades para fazer um dinheiro extra”
Patrícia ‘Pati’ Fontes, tricampeã mundial ‘No Gi’ (sem quimono), também recorreu a outra fonte de renda durante a pandemia. No primeiro ano produzindo conteúdo para o OnlyFans, ela ganhou mais de 100 mil dólares.
“O OnlyFans veio na hora certa, quando tinha que estar em casa por causa da covid. Consegui me ocupar, estudei o mercado, conheci pessoas de um universo fora do mundo da luta, mesmo que virtualmente, e aprendi coisas novas”, contou também ao UOL.
No meio do caminho do trabalho novo, Pati abriu sua própria academia de jiu-jitsu, junto com o seu preparador físico, na Califórnia. O investimento veio do seu trabalho com o OnlyFans.
Preconceito
Pati contou sofrer preconceito por conta de pessoas que não entendem a proposta da sua página no Onlyfans. “Na internet, é fácil buscar reconhecimento com mensagens negativas. Amigos me questionaram. Meu pai, alguns pais de alunos também. Quando conversamos, tudo ficou bem, mas, mais uma vez, ficou claro que muitas pessoas não entendem o propósito da página.”