Lixo da Europa, Ásia e Oriente Médio chega às praias de SP

Por Redação

Lixo da Europa, Ásia e Oriente Médio chega às praias de SP
Imagem: Divulgação/Ecomov

Entre o lixo recolhido pela ONG Ecologia e Movimento (Ecomov) nas praias de Peruíbe e Mongaguá, no litoral de SP, no último ano, estavam mais de 40 embalagens vindas da Europa, Ásia e Oriente Médio.

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A coleta aconteceu entre os meses de agosto de 2020 e 2021 nas praias Brava, do Arpoador, Guarauzinho, Parnapoa e Juquiazinho, em Peruíbe, e nas praias de região central de Mongaguá, segundo informações do G1.

O presidente da Ecomov e educador ambiental, Rodrigo Azambuja, conta que as embalagens recolhidas são de, em média, 14 países diferentes. Segundo ele, a maioria do lixo encontrado nas praias de SP é de consumo alimentício, de água, bebida, isotônico, doces e sorvetes.

Também foram encontrados plásticos de desinfetantes, selantes, amaciantes, produtos de higiene, e até produtos de uso restrito, como metabissulfito (usado para conserva de camarão).

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Imagem: Divulgação/Ecomov

“Isso mostra falha na fiscalização em alto mar. É preciso ter algum lei ou protocolo mais rígido com relação ao descarte adequado desses lixos”, afirma Rodrigo.

O presidente da ONG conta que a Organização entrou com uma petição em 2020 no MP sobre o assunto, com dados de 2019 e daquele ano e, agora, vão atualizar os dados de 2020 a 2021. “Entraremos com a petição nova nas esferas federais no Ministério Público e vamos buscar órgãos internacionais para apontar esse crime silencioso”, conta.

Imagem: Divulgação/Ecomov

A promotora de Justiça do Grupo de Atuação e Defesa do Meio Ambiente (Gaema), Flávia Maria Gonçalves, se pronunciou sobre o caso em nota para o G1.

“Embora se tenha a comprovação de que as praias da região recebem resíduos vindos da frequência das praias (que exigem constante vigilância e eficiência pelos municípios), assim como de correntes marítimas de resíduos de origem internacional, com suspeita de despejos por navios, não se confirmou até o presente momento da investigação a suspeita de que resíduos estão sendo despejados por embarcações que frequentam o Porto de Santos e quais seriam elas. Mas, a investigação prossegue”, informou.